Sônia Maria Streb da Silva é a única bolsonarista da região na próxima lista de denunciados pela Procuradoria-Geral da República
O Supremo Tribunal Federal (STF) começará a analisar na próxima terça-feira (23) a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a professora da rede municipal de São Pedro do Sul Sonia Maria Streb da Silva, 54 anos. Ela está na relação de 131 bolsonaristas envolvidos nos atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro deste ano.
É o sexto grupo de investigados que terão denúncias analisadas, totalizando 1.176 das 1,3 mil denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O julgamento ocorrerá no plenário virtual, modalidade na qual os ministros depositam os votos no sistema eletrônico do STF e não há deliberação presencial.
Se a maioria dos ministros aceitar as denúncias, os acusados passarão a responder a uma ação penal e se tornam réus no processo. Eles deverão responder pelos crimes de incitação ao crime e associação criminosa. O grupo é formado por acusados de atuarem como autores e instigadores dos atos.
O julgamento das primeiras denúncias começou no mês passado. Até o momento, a Corte tornou réus 795 investigados. Entre eles estão sete moradores de Santa Maria e de cidades d região que já tiveram as denúncias contra eles aceitas pelo STF.
MORADORES DA REGIÃO QUE JÁ VIRARAM RÉUS
- Alice Terezinha Costa da Costa, 52 anos, suplente de vereadora pelo União Brasil em São Martinho da Serra
- Eduardo Zeferino Englert, empresário, 41 anos, de Santa Maria
- Holvery Rodrigues Bonilha, tenente da reserva da Brigada Militar, de Santa Maria
- Ivett Maria Keller, 57 anos, empresária de Santa Maria
- Lucas Schwengber Wulf, arquiteto, 35 anos, nascido em Santiago, morador de Três Passos
- Maria Janete Ribeiro de Almeida, 49 anos, de Santa Maria, que seria a organizadora da excursão
- Silvio da Rocha Silveira, advogado de Santa Maria
- Tatiane da Silva Marques, empresária, 41 anos, de Santa Maria
ATIVISTAS DA REGIÃO QUE AINDA AGUARDAM DECISÃO DO STF
- Elizandra dos Santos Rodrigues, de Santa Maria, ainda sem julgamento marcado
- Jairo Machado Baccin, 50 anos, professor de Hebraico morador de Jaguari, ainda sem julgamento marcado
- Sonia Maria Streb da Silva, 54 anos, de São Pedro do Sul, com julgamento marcado para começar na próxima terça-feira (23)
Professora ficou presa por dois meses
A professora Sonia Maria Streb da Silva chegou a ficar dois meses presa na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Ela foi solta com um grupo de mulheres em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Sonia Maria foi presa junto com outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que protestavam contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como condição para ser solta, a professora foi obrigada a usar tornozeleira eletrônica, além de cumprir outras exigências do STF.
Do acampamento para as sedes dos Três Poderes
Os manifestantes começaram a acampar em frente a quartéis do Exército assim que saiu o resultado do segundo turno dando a vitória ao candidato petista.
Além de contestarem o resultado das eleições e de colocarem a urna eletrônica em dúvida, os bolsonaristas defendiam um golpe de estado com a tomada de poder pelas Forças Armadas.
Em 8 de janeiro deste ano, eles partiram em marcha do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, e invadiram as sedes do Congresso Nacional, do STF e do Palácio da Alvorada. Houve depredação do patrimônio público.
(Com informações de André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília)
