Discurso de ex-deputado novista foi feito sem rodeios diante de visitantes que governaram e ainda governam o município
Em retribuição à visita do ex-deputado estadual Giuseppe Riesgo em sua convenção, ocorrida recentemente, lideranças do PP foram ao encontro do Novo, no último sábado (3), no Itaimbé Palace Hotel. Cotado como candidato a prefeito, Riesgo se empolgou e fez um discurso afirmando que Santa Maria “está em um cenário de marasmo há 30 anos”.
“Santa Maria está, nos últimos 30 anos, num cenário de total marasmo. Vemos a cada pleito os mesmos nomes que se revezam e o município segue à míngua. É crucial e estratégico que tenhamos vereadores eleitos e que tenhamos uma unidade de direita para contrapor o PT e a esquerda que virão fortes”, disse.
O ex-deputado não deixa lá de ter razão, tratando-se do macro. Os governos que passaram pela administração municipal nesses anos todos sequer cumpriram as metas a que se propuseram. Sem falar aquilo que deixaram de fora, seja por questões ideológicas ou mesmo por falta de visão.
Foram ou ainda são governo
A questão é que o PP, que Riesgo quer como aliado, esteve no governo municipal na metade desses 30 anos. De 1992 a 1996, com José Farret e Sergio Cechin; com Farret nos dois governos de Cezar Schirmer (MDB) e com Cechin, novamente, no primeiro governo de Jorge Pozzobom (PSDB).
Isso sem contar os cargos de confiança do PP em diversos escalões. Dois dos atuais vereadores do partido – Anita Costa Beber e Coronel Vargas – participaram desses governos em cargos com influência e algum poder de decisão. Anita esteve em pelo menos dois desses governos (Farret e Pozzobom), e Vargas em um deles (Pozzobom).
Na plateia, ouvindo o discurso do ex-deputado do Novo, estavam o vereador Pablo Pacheco, presidente recém eleito do PP; o ex-presidente Mauro Bakof e a vereadora Roberta Leitão. Todos do PP.
O café do Novo também contou com as presenças do presidente da Câmara de Vereadores, Givago Ribeiro (PSDB), Tubias Calil (MDB) e Delegado Getúlio (Republicanos).
Ou seja, vereadores que foram e que também são governo. Tubias Calil, inclusive, foi secretário de Infraestrutura na era Schirmer. E os demais são governo, agora, integrando a base tucana na Câmara.
Assim, fora o Novo, todos os demais estiveram no comando da Prefeitura de Santa Maria por 22 anos. Só ficaram fora de 2001 a 2008, quando o PT governou a cidade.
O temor fala mais alto
O Novo tem deixado claro que seu inimigo político, tanto em Santa Maria como em nível nacional, é o PT. E esse temor tem levado o Novo a defender a união da centro-direita contra o PT e a esquerda, mesmo que o partido fale em chapa própria.
Líderes maiores do Novo no Estado, o deputado federal Marcel Van Hattem e o deputado estadual Felipe Camozzatto também discursaram em Santa Maria e reforçaram que o partido seguirá sendo o contraponto ao lulopetismo.
Daí que fica a dúvida: o Novo está fazendo fogo de palha, apenas sondando o terreno ou vai mesmo tentar um caminho próprio no primeiro turno? Ainda é muito cedo para bater martelo.
E, por fim, há que se considerar que o próprio Riesgo disse em uma entrevista ao Paralelo 29 que não fechará as portas para discutir um eventual ingresso no PP. Nessa hipótese, como ficaria o Novo?
Tony Oliveira vem aí? Podemos diz que sim
Em reunião realizada na noite de segunda-feira (5), no Plenarinho da Câmara, o Podemos discutiu o planejamento da sigla para as eleições municipais do próximo ano.
O partido afirma que terá candidato próprio à Prefeitura de Santa Maria – como a coluna Paralelas já noticiou – e projeta eleger uma bancada de três vereadores.
O nome da sigla para a Prefeitura é o vereador Tony Oliveira, eleito pelo extinto PSL, porém agora com liderança consolidada no Podemos. Nas eleições para deputado estadual, no ano passado, Tony fez 12.821 votos, sendo 9.840 em Santa Maria.
Até o final do ano, o Podemos projeta outros encontros para fortalecer a ideia de concorrer com nominata própria para Prefeitura. Com eleição em dois turnos, tudo é possível. Desde que haja dinheiro para bancar chapa própria.
Pedetistas em Agudo
O PDT realizou uma reunião regional em Agudo, na noite dessa segunda-feira (5). Dirigentes de Santa Maria, entre eles o presidente Paulo Burmann, recém nomeado para o cargo pela direção estadual, participaram do encontro na Quarta Colônia.
Também esteve por lá o prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas, um trabalhista histórico e bastante respeitado pelos pedetistas da região.
O coordenador regional, aliás, é Eduardo Vargas, filho do prefeito sepeense. O assunto? Evidentemente, a organização do partido para disputar prefeituras na Região Centro foi o prato principal do cardápio do regabofe político pedetista.
