Paralelo 29

Acusado de assassinar ex-mulher e de esconder o corpo em Dilermando de Aguiar não irá a júri

Foto: Reprodução

Decisão é do Tribunal de Justiça do RS; advogado de família da vítima vai recorrer

Acusado pela morte da ex-mulher, a faxineira Ana Lúcia Drusião, em Dilermando de Aguiar, em 2016, o comerciante Antonio Adelar Rigão Stello não deverá mais ir a júri popular, conforme decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS)., que não viu provas suficientes no caso. Cabe recurso da decisão.

Stello havia sido pronunciado pela Justiça para ir a júri por assassinar a ex-companheira e esconder o corpo dela. No entanto, ele sempre negou o crime e recorreu da sentença de pronúncia.

Corpo nunca foi encontrado

Ana Lúcia tinha 35 anos quando desapareceu, na noite de 31 maio de 2016. O carro dela, um Celta, foi encontrado abandonado em uma estrada na localidade de Picada do Gama, no interior de Dilermando de Aguiar, ex-distrito de Santa Maria.

O automóvel estava a uma distância de 300 metros do Balneário Três Coqueiros, onde Ana Lúcia residia com familiares. As investigações apontaram que a chave do Celta estava caída no assoalho em frente ao banco do carona. O carro foi encontrado pelo próprio Stello.

O celular de Ana Lúcia foi localizado a 10 metros do local. Stello acionou a Polícia. Houve buscas durante vários dias, inclusive com o Corpo de Bombeiros, para tentar localizar o corpo de Ana Lúcia.

Separação teria motivado crime, segundo o MP

Durante a investigação do caso, a Polícia Civil indiciou o ex-companheiro dela, na época com 50 anos. Stello não teria aceitado a separação do casal e, por isso, teria matado a diarista e sumido com o cadáver. O corpo da vítima nunca foi encontrado, apesar das buscas.

Segundo o Ministério Pública, há provas suficientes para acusar o ex-marido pelo assassinato, entre elas depoimentos de testemunhas, material genético encontrado nas unhas do suspeito e lesões semelhantes a arranhões nos braços do homem. Afora isso, ele teria dado um depoimento contraditório.

O MP também acusa Stello de ter ameaçado uma das filhas, obrigando a testemunha a mentir em depoimento. Por fim, ele teria mentido em um teste de polígrafo, em que a pessoa é submetida a uma medição do grau de nervosismo em um interrogatório.

Advogado de acusação vai recorrer

O Paralelo 29 tentou contato várias vezes, nesta sexta-feira (9), com o advogado Fabiano Braga Pires, que defende Stello, mas ele não respondeu os contatos.

Já o advogado criminalista Daniel Tonetto, que representa a família de Ana Lúcia e que atua no processo como assistente de acusação, disse ao Paralelo 29 que vai recorrer para que Stello vá a júri popular.

“Não concordamos com a decisão e vamos recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), disse Tonetto, que acompanha o caso desde o início.

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