Execução teria sido encomendada por colega da vítima devido à cassação de registro profissional com base em erro médico
Depois de cinco dias de julgamento, o Tribunal do Júri absolveu, na noite desse sábado (1º) os quatro réus acusados do homicídio do médico Marco Antônio Becker, vice-presidente Conselho Regional Medicina (Cremers), em 4 de dezembro de 2008, no Bairro Floresta, em Porto Alegre.
O juiz federal Roberto Schaan Ferreira, da 11ª Vara Federal de Porto Alegre, anunciou a decisão do Conselho de Sentença, formando por quatro mulheres e três homens, por volta das 19h40min.
O júri absolveu o ex-médico Bayard Olle Fischer Santos, andrologista acusado de ser o mandante do assassinato, e também o traficante Juraci Oliveira da Silva, o Jura, que teria agenciado o crime, o ex-assistente de Bayard, Moisés Gurgel, apontado como intermediário das negociações para a execução, e Michel Noroaldo Garcia, que seria o piloto da motocicleta utilizada no homicídio.
Atirador sequer foi a júri
Um quinto réu, que seria o atirador, não foi a júri por falta de provas. A sessão de sábado começou, às 9h20min, com os debates entre acusação e defesas. Os jurados acompanharam atentos as provas e teses apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelos advogados.
Os procuradores federais foram os primeiros a falar e sustentaram, por duas horas e trinta minutos, que os quatro réus participaram do homicídio do então vice-presidente do Cremers.
No início da tarde, os advogados de defesa se dirigiram aos jurados, por também duas horas e trinta minutos, argumentando pela absolvição dos acusados por não terem atuado no crime.
O MPF não pediu a réplica, o que encaminhou os jurados para a votação dos quesitos. Na sequência, o magistrado anunciou o resultado. O júri foi transmitido ao vivo através do canal de YouTube da Justiça Federal do Rio Grande do Sul. O MPF deverá recorrer da decisão.
Execução ficou impune
Becker foi baleado por dois homens que trafegavam em uma motocicleta. A motivação do assassinato seria vingança, de acordo com a investigação policial, motivada pela suposta influência de Becker no Conselho Federal de Medicina, que cassou o registro profissional de Bayard por suposto erro médico.
Ato todo, oito pessoas foram denunciadas por envolvimento na execução de Becker. Contudo, a Justiça concluiu que faltaram indícios de autoria ou materialidade suficientes para que metade dos denunciados fosse a julgamento, incluindo o atirador.
(Com informações do TRF4)