Feira de agronegócio encerra programação no final de semana
Por Rodrigo Martins /Ascom Expointer
Quem chega na feira pelos portões 2 e 3, pela faceta da BR-116, logo escuta o som. Se seguir esta trilha sonora vai encontrar um grande palco, instalado ao lado das icônicas esferas da Expointer, com estrutura de som, iluminação, telão, camarins e espaço coberto com 1000 metros quadrados para receber o público. Por ali desfilam grupos de dança, de música e outros artistas durante as tardes e noites dos nove dias do megaevento agropecuário, em Esteio-RS.
O músico, compositor, empresário artístico e produtor cultural Fabrício Harden, 48, é responsável pela elaboração e execução dos dois projetos que povoam o palco de shows: 2º Encontro de Arte e Cultura de Esteio, com grupos de danças gaúchas e folclóricas e shows de música instrumental, e o projeto Estrada Cultural, com apresentações de artistas do regionalismo e do nativismo gaúchos além de mostras de artes plásticas e de fotografia.
“Nós temos 1.700 Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) no Estado. Então, num projeto, a gente dá oportunidade para que essa produção de dança folclórica tenha visibilidade, bem como para a música instrumental que os festivais nativistas criaram. São centenas de instrumentistas da mais alta qualidade, como Yamandu Costa, Renato Borghetti, Luciano Maia, Marcello Caminha e muitos outros”, explica.
Vitrine da produção gaúcha
“A Expointer é a vitrine da produção gaúcha”, afirmou o produtor cultural. “Assim como mostra o melhor do que foi produzido ao longo do ano inteiro no campo e na cidade. E o nosso palco é a vitrine do que está sendo produzido hoje na música regional do Rio Grande do Sul, além de agregar outras linguagens como a música eletrônica do DJ Cabeção, artes plásticas, com o pintor e desenhista Mauro Villa Real, e fotografia, com Eduardo Rocha que fará uma mostra comentada com fotografias projetadas no telão (no próximo domingo, 03/09, 15h)”.
A opinião de Fabrício é endossada por umas das atrações da tarde desta sexta-feira: o violonista, cantor e compositor bageense Marcello Caminha, 52, que tem carreira musical com 17 álbuns lançados, atuando profissionalmente desde 1985.
“É um palco que todos nós (artistas) esperamos ansiosamente. Todos os anos. Pela tradição que já tem. Subi pela primeira vez neste palco, em 1999. E que nos promove. Já aconteceram muitas contratações por tocar aqui. É literalmente uma exposição. E estamos em exposição nesta feira, que é não somente de produtos agrícolas, mas é também de nosso produto que é o produto cultural”, disse Caminha.
Outro artista que se apresentou hoje vem de Uruguaiana. Mauro Moraes, 64, é cantautor e compositor, com 12 álbuns gravados, dois discos de ouro e cerca de 300 composições, em trajetória artística que remonta à época do ápice dos festivais nativistas, 1980.
“É um espaço essencial pra nós artistas que saímos de uma pandemia que nos impediu de nos apresentar durante dois anos. Um palco popular e democrático. E estar na Expointer me deixa muito orgulhoso. Sempre importante ter um espaço para dizer aquilo que tu pensa, pra demonstrar e pra conservar a nossa arte e a nossa cultura”, comentou Moraes.
O palco na visão da plateia
Os funcionários públicos Demetrius Simon, 38, e Daiane Martins, 38, acompanhados de Dona Rosaura Fátima Simon, 69, do lar. No palco, naquele momento, apresenta-se o grupo de danças do CTG Lanceiros da Zona Sul, do bairro Belem Novo, de Porto Alegre.
“Apresentação muito legal. As danças representam nosso Estado. Fazia mais de 10 anos que eu não vinha na Expointer e tá sendo muito bom vir aqui e assistir estas danças”, falou Demetrius.
“Muito importante ressaltar nossa cultura. Que acaba sendo esquecida. Só lembrando em setembro, no mês do gaúcho”, disse Daiane.
“Muito lindo! Muito lindo”, comentou Dona Rosaura.
Durante o show de Marcello Caminha, um jovem casal de namorados, repletos de piercings e com astral roqueiro, curtiam e se embalavam ao som dos chamamés do violonista.
“Muito bacana! A gente tá vendo aqui Marcello Caminha com um som impecável. Isso aqui proporciona que pessoas que não conhecem tão bem nossa cultura possam aproveitar tudo que está sendo mostrado aqui e conhecer novas coisas”, se empolgou o guitarrista Diego Marinho, 20.
“É a primeira vez que estou escutando esse tipo de som. É muito importante a gente poder participar disso”, confirmou a estudante Rayssa Simas, 16.
Expointer na periferia
O projeto cultural dos shows da feira se espraia em outra proposta, com shows de teatro de bonecos e palestras musicais nas escolas municipais em Esteio, com atividades educativas e artísticas até março de 2024.
“É a importância da descentralização cultural da Expointer para atingir comunidades na periferia do município”, enfatizou Fabrício Harden.
Confira a programação para este final de semana:
02/09- Sábado
2º ENCONTRO DE ARTE E CULTURA DE ESTEIO
- 14:00hrs- Grupo de Danças do CTG Rancho da Saudade
14:30hrs- Fabiano Harden
PROJETO ESTRADA CULTURAL
- 15:00hrs- Grupo Sina Fandangueira
- 16:00hrs- Cristina Sorrentino
- 17:00hrs- Daniel Torres
- 18:00hrs- Érlon Péricles
- 19:00hrs- Shana Muller
03/09-Domingo
2º ENCONTRO DE ARTE E CULTURA DE ESTEIO
- 14:00hrs- Grupo de Danças do CTG Brazão do Rio Grande
- 14:30hrs- Dudu Gaiteiro
PROJETO ESTRADA CULTURAL
- 15:00hrs- Mostra de Fotografia-Eduardo Rocha
- 15:30hrs- Staphanie Kauana
- 16:30hrs- Grupo Sombra Del Ayer
- 17:30hrs- Thomas Machado
- 18:30hrs- Elton Saldanha
