Paralelo 29

CRÔNICA DO ATHOS: A nossa camiseta jamais será verde

Foto: Ricardo Duarte, SCI

ATHOS RONALDO MIRALHA DA CUNHA – ESCRITOR

Quando o Internacional entrou em campo para jogar contra o Coxa – o segundo lanterna do campeonato – e estava com a camiseta verde e cinza, eu fiquei em dúvidas se gritava “Vamo, vamo, Inter!” ou se gritava “Dá-lhe, Palestra!”.

Pelo rádio ouvia o entusiasmo da torcida nos prognósticos. Cinco a zero, quatro a um, cinco a um e por aí vai. Um otimismo que me deixou preocupado. O cenário inicial prometia uma vitória incontestável.

No entanto, não se ganha por antecipação e o jogo só termina quando acaba. Os Deuses – se é que existem – dos estádios não gostam de salto alto e prepotência. O que parecia improvável aconteceu… a expulsão de Vitão mudou a história da partida.

Mas não é sobre a derrota que quero falar, a derrota é, apenas, a consequência de tudo que começa às avessas. No mundo do futebol, algumas vezes, mudanças inesperadas podem afetar o imaginário, as energias e os mistérios que estão envoltas no templo de jogo.

Alguma coisa está fora do esquadro e que bloqueia as emoções. É isso que aconteceu com o Internacional. Parecia que não era o Inter em campo.

A camiseta verde e cinza é uma heresia com o tradicional manto alvirrubro. Os Deuses colorados entenderam que não era o Inter em campo e nem deram importância para o jogo. E foram matear no fundo do rincão do céu…

O Internacional estava irreconhecível. Com dez em campo foi um “Deus nos acuda”. Passes errados, marcação fraca e chutes imprecisos dominaram a partida. O velho trauma da bola aérea na área também foi fundamental para a derrota.

As cores de um clube de futebol são carregadas de simbolismo e mística. Elas representam a história e a tradição, sendo mais do que simples escolhas estéticas.

As cores vermelho e branco do Inter evocam paixão, garra e a história rica do clube. A camiseta verde, em contraste, parecia uma nota dissonante na sinfonia do Sport Club Internacional.

Havia um campo energético ao contrário e o que começa errado tem tudo para acabar em tragédia. A lição é simples.

Não inventemos moda com as cores do clube. O Internacional sempre deve honrar suas cores tradicionais: o vermelho e o branco. Porque “de vermelho vive o coração.”

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