Paralelo 29

FAKE: Polícia conclui que mensagem racista foi enviada pelo próprio dono de pastelaria

Foto: Reprodução, PC

Caso semelhante ocorreu em Santa Maria em 2017

O caso de uma suposta mensagem racista em um pedido de entrega de lanche no Rio Grande do Sul teve uma reviravolta nessa sexta-feira (17). De acordo com a Polícia Civil, o próprio dono da pastelaria que teria recebido a encomenda foi o autor de uma solicitação de cunho racista.

Na terça-feira (14), uma das donas de uma pastelaria de Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, acionou a Polícia Civil devido a um pedido racista de um suposto cliente. No pedido, a pessoa solicitava que o estabelecimento enviasse um motoboy de cor branca porque, da última vez, não gostou de ser atendida por um entregador negro.

A denúncia de suposto crime de racismo ganhou repercussão nacional, e a Polícia Civil começou a investigar o caso.

A conclusão é que o pedido partiu do próprio sócio do estabelecimento, Gabriel Fernandes. O inquérito foi concluído nessa sexta-feira, e o empresário foi indiciado por falsa comunicação de crime.

Cruzamento de dados levou à descoberta

Responsável pela apuração da falsa denúncia, o delegado Rodrigo Câmara, utilizou-se de cruzamento de dados do pedido para chegar à conclusão de que não houve crime de racismo de um suposto cliente.

O empresário dono do estabelecimento, que é negro, disse à Polícia que simulou a mensagem racista por questões pessoais, mas não quis detalhar quais seriam esses motivos. De racismo ou injúria racial, o caso passou a ser tratado como falsa denunciação de crime.

A Polícia Civil descobriu, por meio do aplicativo iFood, que o empresário havia criado a conta pela qual fez o suposto pedido racista no mesmo dia em que foi feita a encomenda do lanche.

No falso pedido simulado pelo dono da pastelaria, constou a seguinte mensagem de cunho racista: “Da última vez veio um motoboy negro, peço a gentiliza que mande um branco, não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”.

Depois cancelar o pedido e acionar a Polícia Civil, outra sócia do estabelecimento, Daniela Rodrigues, fez declarações afirmando que a pastelaria não fazia questão de atender clientes desse tipo, referindo-se a pessoas racistas.

Caso similar ocorreu em Santa Maria

Um caso similar ocorreu em Santa Maria, em 2017. Naquele ano, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar um suposto crime de racismo e/ou injúria racial em razão de inscrições realizadas nas paredes da sala do Diretório Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Santa Maria.

Um estudante negro disse, em depoimento, que ingresso no curso por meio do sistema de cotas raciais e que, até aquele momento, nunca tinha sido alvo de racismo na UFSM.

Três meses depois, o estudante compareceu à PF para informar que estava recebendo mensagens racistas e ameaças via SMS e passou o número do celular do qual estavam sendo encaminhadas as supostas mensagens, atribuindo a autoria a outra pessoa. Dias depois, uma segunda pessoa ofendida também relatou fato semelhante na PF, em Santa Maria.

Nas investigações, após o cruzamento de informações, ficou constatado que o celular utilizado para passar as mensagens era o mesmo utilizado pelo estudante que se disse vítima das pichações.

Também foi apurado que o chip utilizado para o envio das ameaças era o chip do estudante foram inseridos no mesmo aparelho. Assim, de vítima o estudante passou a denunciado por injúria racial.

(Com informações do G1RS e do jornal ExtraClasse)

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