Paralelo 29

Em evento petista, Lula prevê eleições polarizadas em 2024 e promete ser “um bom cabo eleitoral”

Foto: Divulgação, PT

Presidente faz balanço de governo e aconselha PT para disputa eleitoral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (8), em Brasília, da abertura da Conferência Eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT), evento que debate as estratégias da legenda para as eleições municipais do ano que vem, quando serão definidos os prefeitos e vereadores de mais de 5,5 mil municípios do país.

Cerca de 2,5 mil militantes, dirigentes partidários e políticos compareceram ao auditório de um centro de convenções, incluindo ministros do governo, governadores, a primeira-dama Janja Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). 

“90% do que anunciamos ainda não brotaram”, diz presidente

Em discurso que durou cerca de 50 minutos, Lula disse que os resultados das ações do governo ainda vão aparecer e projetou que, no ano que vem, a disputa eleitoral deverá repetir uma polarização ideológica similar a que ocorreu nas eleições de 2022.

“90% das coisas que anunciamos ainda não brotaram”, disse Lula, ao destacar que é preciso que as pessoas continuem cobrando e pedindo mais. “Agora, a economia vai crescer no mínimo 3%. Os empregos, nós vamos chegar a 2 milhões. É muito? Não, é pouco. Eu quero mais. E vocês têm que querer mais. Nunca se contentem com o que a gente faz. Peçam mais. Quanto mais reivindicação, mais a gente tem coragem e motivação de fazer as coisas”, completou.

Polarização nas eleições de prefeito e vereador

Sobre as eleições municipais em 2024, Lula afirmou que a polarização deverá voltar e ser encarada sem medo, de forma competitiva. “A gente vai ter que mostrar que nós queremos exercitar a democracia, vamos fazer as eleições mais competitivas possíveis, mas a gente não vai ter medo de ninguém.”

O presidente fez uma defesa enfática da democracia, ao citar os últimos quatro anos e as ameaças de ruptura democrática.

“A democracia é um valor fundamental, não é uma coisa qualquer. Aprendemos a amar o que é democracia, que é viver democraticamente na adversidade conviver com os diferentes, aprender a respeitar, a não ser negacionista”. 

Ele também disse que vai participar da campanha em 2024, visitando algumas cidades, fora do horário de trabalho na Presidência da República.

Trabalho de base

Durante a abertura da conferência, Lula lembrou vários momentos da história do PT e pediu que o partido volte a ser um pouco como era no começo, “para reconquistar credibilidade”, pedindo a retomada de um trabalho de base diretamente nas comunidades, ouvindo o povo. 

Para o presidente, a legenda deve aprender a dialogar com os setores da sociedade que não são majoritariamente próximos do partido, citando os evangélicos. 

“Gente trabalhadora, gente de bem, gente que muitas vezes agradece à igreja por ter tirado o marido da cachaça para cuidar da família”, acrescentou, mencionando ainda o setor do agronegócio e os pequenos e médios empresários.

“A gente não vai falhar”

Lula discursou para militantes na Conferência Eleitoral do PT/Fot: Ricardo Stuckert, Divulgação

Conforme a cobertura do evento publicada no site do PT, Lula defendeu que a diversidade esteja presente na composição das chapas eleitoral, para que se tenha “a cara da sociedade brasileira”.

Lula também defendeu que a militância vá para a rua e procure conversar com as pessoas, “estejam onde elas estiverem”, para falar da “importância do projeto do PT para o município e para a melhoria das condições de vida da população”.

“Eu prometo ser um bom cabo eleitoral, fazendo as coisas corretas para vocês sentirem orgulho do que está acontecendo no Brasil. E posso dizer para vocês, em nome de todo o governo: a gente não vai falhar, a gente não vai errar. A gente vai, mais uma vez, ser motivo de orgulho das mudanças positivas que vão acontecer nesse país”, disse Lula.

Ele acrescentou que o PT poderá conquistar uma “extraordinária vitória” nas próximas eleições, mas observou que o resultado dependerá da atuação da militância.

“Isso depende exclusivamente da capacidade nossa de fazer campanha, de fazer aliança e escolher os melhores para nos representar. O que depender de mim pessoalmente, eu tenho certeza de que o que depender da Gleisi [Hoffmann], o que depender dos vários ministros, vocês podem saber que podem contar conosco”, disse.

(Com informações de Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil – Brasília e do site do PT)

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