Grupo criminoso movimentou mais de R$ 1 milhão só com vítimas do RS
A Polícia Civil de São Sepé prendeu nesta quarta-feira (13) oito pessoas suspeitas de pertencer a uma organização criminosa que aplicava o Golpe do Nudes. A Operação Nuditas foi desencadeada para combater cries de extorsão e associação criminosa em São Sepé
Os policiais civis cumpriram 14 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Charqueadas e e municípios de Santa Catarina.
Dos oito presos, cinco foram localizados no Rio Grande do Sul, sendo quatro em Porto Alegre, e um em Charqueadas. Outros três foram presos em Santa Catarina, sendo um em Florianópolis, outro em Joinville e um terceiro em São Cristóvão.
No total, são cinco homens e duas mulheres, com idades entre 23 e 44 anos. Com eles os policiais apreenderam telefones celulares utilizados para a prática dos golpes.
A investigação da Delegacia de Polícia de São Sepé começou em 2021, a partir de uma ocorrência registrada por morador da cidade.
Os investigadores apuraram que o grupo criminoso extorquia vítimas por meio do Golpe do Nudes, em que os criminosos se passavam por delegados de polícia e promotores de justiça para ameaçar os alvos.
Como era aplicado o golpe
Os criminosos também falsificavam documentos da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Polícia (IGP) para coagir as vítimas a realizarem pagamentos para que não fossem presas.
O Golpe do Nudes começava com a criação de perfis falsos de garotas que faziam amizade com homens, geralmente empresários e profissionais liberais. Depois dos primeiros contatos, a conversa evoluía para a troca de imagens nuas por WhatsApp.
Depois disso, o suposto pai da adolescente entrava em contato com a vítima e exigia valores para não levar o caso ao conhecimento da Polícia e da imprensa.
Na sequência, pessoas que se passavam por autoridades entravam em contato para acordos com as vítimas para que elas não fossem processadas. Os valores cobrados eram depositados em contas de familiares dos criminosos e de laranjas.
Em um dos casos, os criminosos chegaram a simular o suicídio de uma adolescente e passaram a exigir dinheiro para pagar o funeral. Em troca, os supostos familiares da adolescente se comprometiam a não levar o caso ao conhecimento da Polícia e dos meios de comunicação.
Quadrilha movimento mais de R$ 1 milhão no RS
Somente no Rio Grande do Sul, a quadrilha movimentou mais de R$ 1 milhão em golpes. Os criminosos compraram carros de luxo e apartamentos em praias gaúchas e catarinenses.
Em áudio interceptado pela Polícia Civil o chefe da quadrilha treina o golpe com outro criminoso. Eles ensaiam como abordar as vítimas.
Todos os presos possuem antecedentes policiais e foram recolhidos ao sistema prisional do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A delegada Carla Dolores Castro de Almeida, da DP de São Sepé, coordenou a ação que contou com agentes policiais de outros cinco órgãos da Polícia Civil gaúcha e catarinense.
(Com informações da Polícia Civil)