Médico condenado pela morte do filho foi absolvido em processo disciplinar e foi selecionado para residência médica na UFSM
O Ministério Público enviou uma pedido ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) para se habilitar como parte no processo ético-disciplinar do médico Leandro Boldrini, que cumpre pena de 31 anos e oito meses pelo assassinato do filho dele, o menino Bernardo Boldrini.
A morte de Bernardo, assassinado com uma superdosagem de remédio aplicada por Graciele Ugulini, madrasta do menino e mulher de Leandro Boldrini, em 2014, teve repercussão nacional.
Boldrini, que atualmente cumpre pena no regime semi-aberto, em Santa Marta, foi condenado em júri popular ocorrido em Três Passos, decisão que está aguardando um recurso. Em novembro deste ano, o Cremers absolveu o médico em um processo disciplinar, o que possibilidade que ele continue atuando.
Caso Bernardo: Leandro Boldrini passa ao semiaberto; outros dois condenados já estão soltos
O que diz o MPRS
A argumentação do Ministério Público é de que somente a instituição pode representar a criança no processo, já que as representantes diretas dele, a mãe e a avó, já morreram.
“O MP se habilita no processo ético-disciplinar por entender que a absolvição de Leandro Boldrini, condenado pelo júri popular pelo homicídio do filho Bernardo Boldrini, tendo para isso utilizado de seu conhecimento e condição de médico, permitindo com isso que ele continue a exercer a medicina, deve ser revista, porque impensável que alguém que tenha agido dessa forma possa continuar sendo responsável pela vida de pacientes”, argumenta a promotora Alessandra Moura Bastian da Cunha, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim).
Ainda segundo a promotora, “o Ministério Público é a única possibilidade de que Bernardo nesse caso tenha representação e voz uma vez que não tem mais ninguém que possa representá-lo”.
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Boldrini passou em prova na UFSM
Uma reportagem publicada neste sábado (23) pelo G1RS conta que Leandro Boldrini foi convocado a participar da etapa final do processo seletivo de um programa de residência médica no Estado.
O pai de Bernardo participou de uma prova teórico-objetiva em 19 de novembro, quando já havia retornado ao regime semiaberto no Presídio Regional de Santa Maria (PRSM), e obteve nota suficiente para a nova etapa da seleção na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Formado em Medicina pela UFSM, Boldrini se especializou em cirurgia geral e, agora, passou na primeira etapa para residência em colonoproctologia, especialidade médica e cirúrgia que trata de doenças do intestino grosso, do reto e do ânus.
Com a nota obtida, ele assegurou a última posição entre 13 convocados para participar da próxima etapa, que consiste em uma entrevista que está marcada para a tarde de 4 de janeiro próximo.
(Com informações do MPRS e do G1RS)