Paralelo 29

CÁ ENTRE NÓS: Ano de eleições. Seu voto será sustentável?

Vista dos morros de Santa Maria/Foto: José Mauro Batista, Paralelo 29

ALESSANDRA CAVALHEIRO – JORNALISTA

No começo deste ano tão importante para a política brasileira, quando haverá eleições municipais, considero relevante destacar a importância de os candidatos terem em mente o conteúdo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos na ONU em 2015, com a assinatura de todos os países politicamente reconhecidos no planeta.  

Trata-se de um compromisso formal, segundo o qual os 17 ODS e suas 169 metas deverão ser alcançados até o ano de 2030.

São pontos pacíficos sobre o que devemos fazer para um futuro melhor: acabar com a pobreza, com a fome, promover saúde e bem-estar, educação de qualidade, e por aí seguem os objetivos.

Percebi com mais clareza a importância dos ODS em 2017, enquanto fazia um conteúdo publieditorial para um banco e me deparei com o tema ODS 12, do qual o cliente era signatário: consumo e produção responsáveis.

O banco apresentava cases interessantes como o fim do uso de papel nas agências, com a utilização dos meios digitais e incentivo a projetos sustentáveis como a usina termelétrica movida a casca de arroz, o que soluciona muitos problemas onde há lavouras, gera energia em abundância, além de empregos diretos e indiretos.

Eu já tinha imenso apreço pela causa da sustentabilidade desde criança, fui picada pela Rio 92, quando ambientalistas alertavam seriamente para os perigos do futuro, isso há 31 anos, quando eu tinha 21.

Desde 2017 venho com as antenas mais ligadas para os ODS, e buscando multiplicar as informações sobre o tema, que considero vital na atualidade, apesar de não termos nenhum indício de que eles são alcançados até 2030.

Mas por que saliento a importância dos ODS na política? Políticos da oposição ao governo atual têm demonizado a Agenda 2030, espalhando que é uma causa de esquerda e até mesmo apresenta riscos para a sociedade. Santa ignorância.

Somente quem se instrui, lê, busca informação, pode compreender a causa e o quanto ela é vital para todos. Que fique muito claro, a causa não é de esquerda. É voluntária, suprapartidária, ecumênica e plural, pelo futuro de todos nós. É um assunto tratado pela comunidade diplomática.

Agenda 2030 demonizada. Um desserviço

Posso afirmar com convicção que é a informação de qualidade que poderá nos salvar. Um horizonte novo surgiu em minha vida em 2017, quando fui convidada para ser coordenadora estadual de comunicação do Movimento Nacional ODS em Santa Catarina.

Entrei na roda viva e, desde então, tenho buscado cases, soluções para divulgar, tenho espalhado informações que considero confiáveis (abaixo as fake news, pelo amor).

Em dois anos na coordenação, aprendi que precisamos mais e mais ter consciência de cada ato, buscar as melhores práticas, tanto pessoais quanto coletivas e sim, muito temos conquistado. Basta procurar na internet que encontramos soluções sustentáveis para muitas coisas.

Porém, acredito firmemente que os ODS somente poderão ser alcançados se estiverem na estrutura das políticas públicas, ou seja, se as pessoas responsáveis pelas leis, orçamentos, planos plurianuais, setores de planejamento dos municípios, responsáveis por projetos, tiverem ciência de cada objetivo e sua importância para todos.

Outubro está logo ali, passa voando e é hora de ação, de conferir quem é quem na política, quem tem instrução e informação suficiente para gerir o presente e planejar com competência o futuro dos municípios. Afinal, um voto pode mudar tudo. É preciso consciência diante das urnas.

E você, candidato, fique atento aos rumos que pretende dar ao planeta com sua contribuição política. Esperamos mais serviço e menos desserviço de sua parte.

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