Paralelo 29

PODCAST: “Os tribunais superiores trataram o caso da Kiss como qualquer outro”, diz delegado Sandro Meinerz

Arte/Estação 29

Em participação no podcast Estação 29, ele criticou a morosidade da Justiça e reafirmou que o trabalho da Polícia Civil, em 2013, foi técnico e eficiente

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

Em sua participação no podcast Estação 29 do Paralelo 29, o delegado de Polícia Regional de Santa Maria, Sandro Meinerz, criticou o fato de os familiares de vítimas da tragédia da boate Kiss ainda estarem aguardando por justiça, 11 anos depois do incêndio que matou 242 jovens.

Em 27 janeiro de 2013, quando ocorreu o incêndio da boate, Meinerz foi um dos primeiros delegados a participar das investigações. Para ele, é inconcebível que as famílias e sobreviventes ainda não tenham uma resposta do Judiciário.

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“É vergonhoso nós não termos uma resposta definitiva para esse caso, ainda. Isso mostra a morosidade do sistema do Poder Judiciário, e eu não tô querendo dizer do Poder Judiciário de Santa Maria. Pelo contrário, aqui em Santa Maria nós fizemos uma investigação em 55 dias”, disse o delegado.

Meinerz foi ainda mais contundente ao falar da morosidade do caso nos tribunais superiores (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, onde tramitaram e tramitam recursos envolvendo o processo principal).

“Os tribunais superiores trataram o caso da Kiss como qualquer outro. Ou seja, não se priorizou. Tragédias desta dimensão têm que ter um atendimento diferenciado”, defende.

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Trabalho da Polícia Civil

O delegado também defendeu o trabalho da Polícia Civil, que, além dos quatro réus do processo principal, apontou autoridades e agentes públicos, entre eles o então prefeito Cezar Schirmer (PMDB).

O Ministério Público e o Tribunal de Justiça do RS acabaram excluindo agentes públicos e políticos de responsabilização criminal.

Os quatro réus – empresários Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, sócios da boate; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor musical, foram julgados e condenados pelo tribunal do júri em 2021.

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O impasse do júri

No entanto, o júri foi anulado, e o caso aguarda um novo julgamento. O novo júri estava previsto para 26 de fevereiro deste ano, contudo o ministro Dias Toffoli suspendeu o julgamento até que o STF aprecie recursos da defesa e da acusação sobre a validade ou não do primeiro júri.

O Estação 29 tem como entrevistadores o jornalista José Mauro Batista e o advogado Rodrigo Dias. O podcast é um oferecimento de Bella Storia – Antiquário, Brechó e Restauração de Móveis e Classic Filmes, loja de acessórios e serviços automotivos. Acesse este e outros episódios nos canais do Paralelo 29 no Youtube e no Spotfy.

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