Uma das linhas de investigação da Polícia é que o assassino seria esquizofrênico e teria agido em surto psicótico
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
A Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira (12) o homem que assassinou a facadas José Carlos Lopes de Andrade, o Zezinho, de 71 anos, em fevereiro deste ano, em Santa Maria. Ele foi localizado por volta das 11h, em um albergue para moradores de rua em Joinville, Santa Catarina.
“Após exaustivas diligências investigatórias, a equipe da Delegacia de Homicídios localizou o foragido, na cidade de Joinville, em um centro de abrigo de população de rua, no Bairro Anita Garibaldi”, informa o delegado Marcelo Mendes Arigony, responsável pelas investigações.
Segundo Arigony, que é titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), a Polícia Civil solicitou o apoio da Guarda Municipal da cidade para efetuar a prisão. A Polícia Civil não divulgou o nome do homem preso, que tem 47 anos.
O preso foi encaminhado ao sistema prisional de Santa Catarina. Depois, ele será transferido para Santa Maria, onde será ouvido pela DPHPP sobre a motivação do crime.
Homicida seria esquizofrênico e teria surtado
Uma das linhas de investigação é que o crime teria sido aleatório. No decorrer das investigações, os policiais localizaram uma familiar do assassino, que informou que o homem seria esquizofrênico.
Assim, suspeita-se que ele pode ter cometido o assassinato durante um surto psicótico. Ainda não se sabe, por exemplo, se homicida e vítima se conheciam.
No entanto, Arigony é cauteloso quanto a essa possibilidade. Somente depois de ouvir o preso é que se terá uma informação mais precisa da situação e poderá encaminhar um procedimento de insanidade mental. Ainda não há data para o depoimento do acusado.
Em março deste ano, em sua participação no podcast Estação 29 do Paralelo 29, o delegado de Polícia Regional, Sandro Meinerz, disse que o caso envolvendo a morte de Zezinho era “um crime atípico”, sem qualquer ligação com facções ou com o crime organizado.
” “É uma questão que até vai surpreender um pouco as pessoas quando a gente apresentar a motivação”, disse o delegado sem entrar em detalhes para preservar o trabalho da Polícia Civil.
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“Estou aliviada”, diz filha da vítima
Procurada pelo Paralelo 29, Michele Andrade uma das filhas da vítima, elogiou o trabalho da Polícia Civil de Santa Maria. “Estou aliviada, pois ele poderia fazer a mesma coisa com outras pessoas”, comentou Michele, que mora em Passo Fundo e acompanha o desfecho do caso.
Em entrevista anterior ao Paralelo 29, Michele disse que a família quer “entender” os reais motivos que levaram o assassino a tirar a vida de seu pai. Zezinho era ex-metalúrgico, foi dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e tornou-se empresário ao abrir uma serralheria no Bairro Camobi. Depois disso, já nos anos 2000, Zezinho começou a trabalhar como empresário do ramo imobiliário.
O idoso foi assassinado na tarde de 22 de fevereiro, na Rua Ângelo Uglione, no Centro de Santa Maria. Ele estava em frente a um prédio onde funcionam escritórios e uma imobiliária quando foi atacado. Zezinho foi ferido com cerca de 20 facadas. O assassino fugiu.