O Rio Grande do Sul perdeu 88,6 mil empregos formais entre janeiro e agosto de 2020, o que representa redução de 3,5% do total de postos de trabalho. O cenário gaúcho foi agravado pela estiagem e pela pandemia do novo coronavírus.
É o que aponta o Boletim de Trabalho divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Departamento de Econonomia e Estatística (DEEE) da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Mulheres estão entre as que mais perderam
Mulheres, trabalhadores menos escolarizados e pessoas com 50 anos em diante estão entre os mais afetados pelo desemprego agravado pela estiagem e pela pandemia de Covid-19. Comércio e Serviços são os setores da economia que mais apresentaram fechamento de vagas.
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Cenário gaúcho é agravado por estiagem e pandemia
A oscilação nos números do emprego formal no RS acompanhou a tendência de agravamento da situação decorrente da pandemia. Os resultados negativos se estenderam de março a junho, com o pior momento registrado em abril, quando 79,3 mil empregos foram eliminados.
Segundo o boletim, a partir de julho o mercado passou a apresentar sinais de recuperação, com a tendência de alta, Essa alta, apesar de tímida, porém, foi confirmada em agosto. Confira, abaixo, o vídeo com os pesquisadores.
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RS tem variação mais negativa que média nacional
Na comparação com o Brasil, a variação do Estado entre janeiro e agosto foi mais negativa do que a média nacional (-2,19%) e a quinta pior entre os Estados, apenas à frente de Alagoas, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco.
Considerando somente agosto, a recuperação no total de empregos formais no RS foi de 0,3% em relação a julho, percentual também abaixo da média brasileira (0,66%), o que representou a criação de 7.228 empregos formais no Estado. Assim, no período, o total de vínculos de empregos formais chegou a 2,42 milhões de vagas. (Confira aqui os dados completos)
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Comércio e serviços foram os que mais perderam
Por setor, Comércio (-5,5%) e Serviços (-3,7%) tiveram as perdas mais significativas no emprego formal. A Indústria de transformação (-2,3%) e a Construção (-1,5%) apresentaram reduções mais brandas, enquanto a Agropecuária, setor em que o emprego formal é menos significativo do que a ocupação não formalizada, foi a única a registrar variação positiva (+0,1%).
Comércio já pode abrir uma hora a mais na cidade
Em números absolutos, as atividades mais afetadas no período foram o comércio varejista (-27 mil empregos formais), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-16,5 mil), alimentação (-16,1 mil), transporte terrestre (-6,2 mil) e alojamento (-4,9 mil). (Confira aqui o boletim completo)
Resultados positivos foram registrados na fabricação de produtos de fumo (+5,9 mil), atividades de atenção à saúde humana (+3,5 mil) e fabricação de produtos alimentícios (+2,7 mil). (Com informações do governo do Estado)