Casa aprovou Repúdio a projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que considera crime de homicídio a interrupção da gravidez após 22 semanas, mesmo em casos de estupro
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Em uma sessão tumultuada e marcada por discursos inflamados e xingamentos entre manifestantes, a Câmara de Vereadores de Santa Maria aprovou, na tarde desta terça-feira (25) uma Moção de Repúdio contra um projeto que criminaliza casos de aborto legal no país.
Proposta pela vereadora Marina Callegaro (PT), a moção contrária ao PL 1.904/2024, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), chegou a ter uma primeira discussão na semana passada. No entanto, nesta terça-feira, o número de manifestantes pró e contra o PL 1.904 era bem maior. Com cartazes, gritos e vaias, os dois lados marcaram presença.
Vereadores se revezaram na tribuna para discutir o tema. Um dos discursos mais inflamados foi o de Rudys Rodrigues do MDB, que chegou a pedir respeito dos manifestantes favoráveis ao projeto.
“É uma afronta às vítimas e um desserviço à sociedade”, disse o vereador emedebista ao defender a Moção de Repúdio.
Boneca na tribuna e defesa da pena de morte
O vereador Tubias Calil (PL) defendeu pontos do PL 1.904. Ele levou uma boneca na tribuna para exemplificar como seria o corpo de um feto com 22 semanas.
No discurso, defendeu a pena de morte para estupradores. Segundo ele, não adianta castração química contra estuprador, mas sim a execução, independentemente da idade.
Vereadora chora e diz ser vítima de estupro
Conhecida por ser autora de projetos controversos sobre o aborto legal, a vereadora Roberta Leitão (PL) também usou a tribuna para defender o PL 1.904 e criticar a Moção de Repúdio.
em um dado momento, Roberta Leitão revelou ter sido vítima de estupro ao que um manifestante reagiu perguntando se ela “tinha gostado de ser estuprada”. Aos prantos, a vereadora criticou a esquerda por não ter compaixão por ela.
Em sua participação no podcast Estação 29 do Paralelo, em outubro do ano passado, Roberta Leitão contou ter sido atacada em frente à sua casa, em “uma tentativa de estupro”.
Dois vereadores contrários ao aborto, mas que votaram favoravelmente à Moção de Repúdio – Pablo Pacheco (PP) e Tony Oliveira (Podemos) ponderaram que a Câmara tem assuntos locais mais importantes para discutir já que o tema aborto não é prerrogativa de legislativos municipais.
VEJA COMO FOI O PLACAR
VOTOS PELO REPÚDIO
- Admar Pozzobom (PSDB)
- Anita Costa Beber (Podemos)
- Augusto Panzenhagem (PC do B)
- Givago Ribeiro (PSDB)
- Helen Cabral (PT)
- Juliano Soares – Juba (PSDB)
- Luci Duartes – Tia da Moto (PDT)
- Manoel Badke – Maneco (União)
- Marina Callegaro (PT)
- Pablo Pacheco (PP)
- Paulo Ricardo Pedroso (PSD)
- Rudys Rodrigues (MDB)
- Tony Oliveira (Podemos)
- Valdir Oliveira (PT)
VOTOS CONTRA O REPÚDIO
- Adelar Vargas – Bolinha (MDB)
- Alexandre Vargas (Republicanos)
- Danclar Rossato (PSB)
- Getúlio de Vargas – Delegado Getúlio (Republicanos)
- Roberta Leitão (PL)
- Tubias Calil (PL)