FABIO S. VASCONCELOS – PSICANALISTA CLÍNICO ON LINE

A afirmação lacaniana “o sujeito grita através do seu sintoma” revela uma profunda verdade sobre a condição humana e os mecanismos pelos quais lidamos com nossos sofrimentos internos.

Lacan, um dos mais influentes psicanalistas do século XX, nos lembra que os sintomas que manifestamos, sejam eles físicos, emocionais ou comportamentais, são expressões de conflitos internos não resolvidos.

Eles são, em essência, gritos silenciosos por ajuda e reconhecimento, formas de comunicação de um sofrimento que não encontra outra via de expressão.

Nos tempos atuais, marcados por um aumento significativo da ansiedade, a relevância dessa afirmação é ainda mais evidente. Vivemos em uma era de constante conexão digital, pressão por desempenho e incertezas econômicas, que exacerba nossos níveis de estresse.

A ansiedade se torna um sintoma comum, um grito coletivo de uma sociedade que luta para manter seu equilíbrio emocional.

A identificação desses sintomas e a compreensão de sua origem são passos fundamentais para o autocuidado emocional. Reconhecer que a ansiedade e outros sintomas não são apenas problemas a serem erradicados, mas sinais de necessidades emocionais não atendidas, pode transformar a maneira como lidamos com nosso bem-estar mental.

Em tempos de tanta ansiedade, o autocuidado emocional nos convida a criar espaços de introspecção e cura, onde podemos ouvir e entender nossos “gritos” internos.

O autocuidado emocional é um processo contínuo de aprendizado e prática, que exige paciência e compromisso.

Portanto, buscar ajuda profissional quando necessário é um ato de coragem e autocuidado. O sujeito, ao reconhecer seu sofrimento e buscar ajuda, dá um passo crucial em direção ao equilíbrio emocional.

Assim, transformar o grito do sintoma em uma voz que busca e encontra ajuda pode ser o caminho para uma vida mais plena e saudável, mesmo em tempos de ansiedade.
Grite, mas pode falar também…

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