Paralelo 29

ELEIÇÕES 2024: As estratégias dos sete candidatos à Prefeitura de Santa Maria pelo voto no 1º turno

Caricaturas, Joacir Xavier, Jô

Da esquerda à direita, passando pelo centro do espectro político-ideológico, como se comportarão as candidaturas

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

Mesmo antes de oficializados candidatos, os sete pretendentes ao cargo de prefeito de Santa Maria já vinham desenhando suas estratégias político-eleitorais para o primeiro turno. A postura de cada candidato foi antecipada na série especial do Estação 29, podcast do Paralelo 29.

Da esquerda à direita do espectro político, passando pelo centro, os candidatos buscam, primeiramente, assegurar votos em seus nichos eleitorais. Mas é no chamado centro que eles buscarão a votação capaz de levá-los aos segundo turno.

Os candidatos sabem que somente nos seus nichos eleitorais eles não conseguirão votação suficiente, precisando ir além de suas bases tradicionais.

Abaixo, o Paralelo 29 traça um cenário com base nos podcasts e nos posicionamentos públicos dos concorrentes. Uma das sete candidaturas substituirá o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) a partir de 1º de janeiro do próximo ano.

As caricaturas dos sete candidatos foram produzidas pelo publicitário Joacir Dias Xavier, o Jô, que também é ilustrador, cartunista, caricaturista e quadrinhista.

ALÍDIO DA LUZ (PSOL)

Alídio da Luz, candidato da Federação PSOL-Rede Sustentabilidade/Jô

Confira aqui o podcast com Alídio da Luz

  • O psicólogo Alídio da Luz, candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), define-se como “esquerda radical”
  • O PSOL nasceu como uma dissidência do PT, que via o Partido dos Trabalhadores se distanciando da sua base inicial, os trabalhadores
  • Militante oriundo do Movimento Estudantil, Alídio começou na política quando ainda era adolescente, participando de movimentos sociais alinhados à esquerda
  • Na campanha, Alídio se posicionará à esquerda de todos os concorrentes, inclusive do PT defendendo mudanças estruturais na cidade. O candidato diz que ser radical “é atacar os problemas crônicos na raiz”, e um exemplo, é o transporte coletivo, setor que ele entende que precisa de mudança radical, como no cálculo da passagem. Nenhum concorrente será poupado, embora pretenda mirar mais nas candidaturas de direita
  • Sua vice, a professora Marisa dos Santos Carvalho, é do mesmo partido
  • Alídio concorre pela Federação PSOL-Rede Sustentabilidade

DR MOACIR (PRD)

Dr Moacir, candidato do PRD/Jô

Confira aqui o podcast com o Dr Moacir

  • O dentista Moacir da Rosa Alves, Dr Moacir, candidato do Partido Renovação Democrática (PRD) define-se como “centro-direita”
  • Seu partido, o PRD, nasceu de uma fusão do antigo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) com o Patriotas. Por isso, o candidato evoca a raiz trabalhista da sigla
  • Militar da reserva, Moacir passou por diversos partidos, mas ressalta que todos eles são do espectro de direita
  • Na campanha, Dr Moacir defenderá pautas tradicionais ligadas aos costumes (família, por exemplo), mas seu mote de campanha é a saúde, área em que atuou, inclusive em um govero de esquerda (na primeira gestão do PT na Prefeitura, toi diretor do Cedas, o Centro de Diagnóstico de Atenção Básica.
  • Seu vice é o servidor público aposentado Zeca Lima, que é do mesmo partido

GIUSEPPE RIESGO (NOVO)

Giuseppe Riesgo, candidato da coligação Novo=MDB-Avante/Jô

Confira aqui o podcast com Giuseppe Riesgo

  • O advogado e ex-deputado estadual Giuseppe Riesgo, candidato do partido Novo, define-se como “um liberal clássico, um liberal de direita”
  • O Novo é uma sigla que nasceu de um movimento reunindo empresários e profissionais liberais insatisfeitos com o montante de impostos recolhidos pelo governo brasileiro
  • Como deputado estadual, Riesgo apoiou privatizações e combateu as tentativas de aumento de impostos no Rio Grande do Sul
  • Na campanha, Riesgo pretende se apresentar como o candidato da renovação política aliada à experiência da sua vice, a professora, ex-vereadora e ex-secretária municipal Magali Marques da Rocha (MDB). O candidato deve mirar suas armas para a atual administração e para candidaturas que já estiveram na Prefeitura
  • O MDB e o Avante darão o discurso mais de centro à coligação, já que Riesgo, em suas redes sociais e nos discursos, continua defendendo posicionamentos mais à direita

PAULO BURMANN (PDT)

Paulo Burmann, candidato do PDT/Jô

Confira aqui o podcast com Paulo Burmann (em novembro do ano passado)

  • O dentista, professor e ex-reitor da Uniersidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Burmann, candidato do Partido Democrático Brasileiro (PDT), não participou do podcast com os prefeituráveis, mas esteve antes no Estação 29. Ele define-se como “centro-esquerda”
  • O PDT surgiu em 1979, fundado pelo líder trabalhista Leonel Brizola, e tem em suas raízes o DNA do antigo PTB e do Getulismo, reunindo correntes mais atuais da chamada esquerda “não petista e não comunista”
  • Na campanha, Burmann pretende se apresentar como uma alternativa à esquerda tradicional, que dialoga com forças mais moderadas, de centro
  • Bandeiras trabalhistas e brizolistas, com ênfase na educação e na experiência do próprio ex-reitor deverão ser o mote da campanha, que pretende combater a polarização lulismo x bolsonarismo A tendência é que concentre críticas na atual gestão da cidade
  • Seu vice é o tenente-coronel da Brigada Militar Adilomar Jacson da Silva, que também é do PDT

ROBERTA LEITÃO (PL)

Roberta Leitão, candidata da coligação PL-Podemos/Jô

Confira aqui o podcast com Roberta Leitão

  • A advogada, professora e vereadora Roberta Leitão, candidata do Partido Liberal (PL), define-se como “conservadora nata, católica e cristã”
  • Eleita em 2020 pelo Progressistas (PP), ela trocou de partido este ano. Roberta é alinhada ao chamado “bolsonarismo raiz”, que defende as ideias do ex-presidente Jair Bolsonaro
  • Na campanha, Roberta pretende fazer o discurso da direita bolsonarista e atacar, sobretudo, o governo Lula e o PT. Também criticará a direita “em cima do muro”, como ela diz. Assim como o PT, a atual administração estará no centro das críticas
  • Por outro lado, como sinalizou no podcast Estação 29, buscará diferenciar a Roberta pessoa da Roberta política. Um exemplo foi a declaração de que, se eleita, manterá uma relação institucional com o governo Lula
  • Seu vice, Marcelino Severo, presidente do Podemos e ex-chefe de Gabinete do vereador Tony Oliveira, atua mais nos bastidores da política e deverá mesmo ficar com as articulações internas na campanha

RODRIGO DECIMO

Rodrigo Decimo, candidato da coligação PSDB-PP=Republicanos – PSD-PSB/Jô

Confira aqui o podcast com Rodrigo Decimo

  • O engenheiro civil, empresário e atual vice-prefeito Rodrigo Decimo, candidato do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) define-se como “centro-direita”
  • Eleito em 2020 pelo extinto PSL, teve uma passagem pelo União Brasil (que resultou da fusão do PSL com o DEM) e filiou-se ao PSDB neste ano
  • Na campanha, buscará aliar as ações da atual gestão com o discurso do “equilíbrio” para conquistar o eleitorado de centro e, até mesmo, alguma parcela mais à esquerda descontente.
  • A aliança reúne PP e Republicanos, mais à direita, passando por PSDB e PSD, mais ao centro, e pelo PSB, de centro-esquerda, conferindo um aspecto mais amplo de forças políticas. Vai centrar fogo em candidatos que já foram prefeitos e no que chama de aventura
  • Sua vice, a professora e ex-secretária de Educação Lúcia Madruga, filaida ao PP, buscará reforçar o perfil “mais técnico e menos político” da chapa

VALDECI OLIVEIRA (PT)

Confira aqui o podcast com Valdeci Oliveira

Valdeci Oliveira, candidato da Federação Brasil da Esperança (PT-PC do B – PV) – União Brasil/Jô
  • O ex-metalúrgico, ex-vereador, ex-deputado federal, ex-prefeito e atualmente deputado estadual Valdeci Oliveira, candidato do Partido dos Trabalhadores, é declaradamente de esquerda, mas, no podcast, definiu a coligação que representa como de “centro-esquerda”
  • Na campanha, Valdeci vai explorar as duas administrações petistas em que ele foi prefeito, entre 2001 e 2008, e, também a história do vice, José Farret, que também foi prefeito
  • Também destacará sua relação com o governo federal, ressaltando a ampla aliança do governo Lula, que inclui partidos de direita, como o União Brasil, forças mais ao Centro, como PSDB e MDB e setores à esquerda, como o próprio PT, o pc do B e o PSOL. Fará o contraponto ao bolsonarismo e à polarização política do país e fará comparação de suas gestões com a atual
  • Seu vice, o médico, ex-deputado estadual, ex-vice-prefeito e ex-prefeito José Haidar Farret, do União Brasil, buscará o eleitorado situado na faixa que vai do centro à direita moderada que não se enquadra no antipetismo.
  • A coligação é formada pela Federação Brasil da Esperança (PT-PC do B – PV) e União Brasil

Briga por segundo turno

A grande disputa do primeiro turno é para ver quem chegará a um eventual segundo turno. Santa Maria é um dos municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores, cidades em que, para vencer no primeiro turno, um dos candidatos tem que obter mais da metade dos votos válidos (excluídos votos nulos e em branco) no primeiro turno, marcado para 6 de outubro.

Se nenhum dos concorrentes obtiver essa maioria absoluta em 6 de outubro, os eleitores santa=marienses voltarâo às urnas em 27 de outubro.

No segundo turno, disputam apenas as duas chapas mais votadas no primeiro turno. Nesse dia, será conhecido o vencedor da disputa, bastando uma vitória simples.

No caso das eleições para a Câmara de Vereadores, ela ocorre em apenas um turno. Ou seja, os 21 vereadores da próxima legislatura serão conhecidos já na noite de 6 de outubro.

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