FABIO S. VASCONCELOS – PSICANALISTA CLÍNICO
A influência da figura materna é poderosa no processo de vivenciar as relações amorosas. Ao ver a mãe sofrer por amor, a menina pode desenvolver a crença inconsciente de que essa é a única forma de vivenciar relacionamentos.
O sofrimento, então, se torna uma condição necessária para que o amor seja real e válido. Esse entendimento deturpado acompanha a mulher até a vida adulta, levando-a a repetir padrões disfuncionais nos relacionamentos, buscando inconscientemente validar a crença de que o amor precisa ser conquistado através da dor.
A psicanálise nos ensina que essas repetições são frutos de mecanismos inconscientes que, apesar de serem dolorosos, também são familiares e, por isso, difíceis de romper.
A mulher pode se ver presa em relacionamentos onde o sofrimento é constante, mas encontra dificuldade em compreender por que continua atraindo o mesmo tipo de situação. Esses padrões repetitivos revelam a influência das primeiras experiências afetivas, onde a imagem da mãe sofrida molda a expectativa de como o amor deve ser vivido.
No processo terapêutico, a psicanálise busca trazer à tona essas crenças enraizadas e entender a origem dessas repetições. Ao identificar e compreender os padrões inconscientes que regem suas escolhas amorosas, a mulher tem a oportunidade de reescrever sua história afetiva.
É possível desconstruir a associação entre amor e sofrimento, e assim, criar uma nova narrativa, onde o amor não seja mais visto como algo que precisa ser conquistado a um alto custo emocional, mas sim como uma experiência que pode ser vivida com reciprocidade e bem-estar.
Liberar-se dessas amarras emocionais não é um processo simples, mas é um passo essencial para que a mulher possa viver o amor de uma forma mais plena e saudável.
Através da análise, ela pode se libertar do papel de vítima que inconscientemente assumiu ao longo da vida e construir um novo entendimento sobre o que é amar e ser amada, livre das sombras do passado! Vamos! Coragem!
