Paralelo 29

PARALELAS: As primeiras impressões dos candidatos no horário eleitoral

Cartuns produzios por Joacir Xavier, Jô/Paralelo 29

O que esperar dos candidatos a prefeito de Santa Maria nos programas de rádio e TV, principal vitrine da campanha

JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

E começou a propaganda eleitoral no rádio e na TV, considerada a principal vitrine para as candidaturas. Rodrigo Decimo (PSDB), Valdeci Oliveira (PT) e Roberta Leitão (PL), nessa ordem, dispõem dos maiores tempos de exposição.

Giuseppe Riesgo (Novo) pega uma faixa intermediária, enquanto Paulo Burmann (PDT), Alídio da Luz (PSOL) e Dr Moacir (PRD) dispõem de poucos segundos para passarem suas mensagens.

Melhores programas

Em um primeiro momento, até pela estrutura das campanhas, Decimo e Valdeci conseguiram fazer os melhores programas tanto do ponto de vista técnico como da apresentação de propostas. Decimo bate na tecla de que Santa Maria está no caminho certo e pede um voto de confiança do eleitor para continuar as mudanças.

Já Valdeci aposta em suas duas administrações. Por isso, a estratégia é colocar pessoas falando bem das duas gestões petistas. Valdeci arremata apresentando propostas para “resgatar” o que foi deixado de lado pelos governos que o sucederam, principalmente na questão da saúde.

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Eles se apresentam como novidades

Roberta Leitão e Riesgo tentam se apresentar como novidade. A vereadora do PL, no entanto, fala de uma Santa Maria do passado, idealizada por ela como a “cidade dos sonhos”, ao mesmo tempo em que critica gestores do passado. Um tanto contraditório.

Riesgo apresenta-se como “algo novo”, mas tem a companhia da emedebista Magali Marques da Rocha, que passou pelas administrações de Osvaldo Nascimento e Cezar Schirmer.

Roberta e Riesgo conseguirão convencer o eleitorado de que são novidades? É a dúvida que fica. E a resposta só mesmo o eleitor poderá dar.

Gestor eficiente e franco atirador

Com 26 segundos e correndo sozinho, Paulo Burmann tenta passar a ideia de gestor eficiente. Por isso, fala bastante de sua experiência como reitor da UFSM.

Alídio da Luz é o franco atirador. Mas, até o momento, ainda não conseguiu passar essa ideia. Com 13 segundos de exposição, aposta nas candidaturas à Câmara e no apoio das deputadas Fernanda Melchionna e Luciana Genro.

Ausente até o momento

Com o menor tempo de horário eleitoral, Dr Moacir, que ainda não deu o ar da graça (leia nota acima), terá pouco a dizer além de pedir o voto para a legenda do PRD.

Avaliação técnica

Quanto a questões da qualidade técnica dos programas quem pode fazer essa avaliação com mais propriedade são os profissionais da área.

E a publicitária Cuca Vicedo, veterana em campanhas políticas, vai escrever sobre isso no Paralelo 29. Em seu primeiro artigo, publicado nesse sábado (31), Cuca faz uma primeira leitura. do que foi apresentado no rádio e na TV na estreia do horário eleitoral.

NOTAS TRANSVERSAIS

*Há uma nítida impressão de que falta criatividade na maioria das campanhas eleitorais, principalmente dos candidatos a vereador

*O uso da inteligência artificial parece ter sido “a tábua de salvação” de muitos concorrentes. Ruim para os criativos profissionais de propaganda, desempregados pelos algoritimos

*A questão é que a inteligência artificial não produz o melhor. Há muita propaganda ruim, que não sai do lugar comum. E muita coisa parecida

*Quanto aos jingles de campaha, que saudades de outras épocas em que não se copiava música dos outros. Épocas em que compositores de verdade criavam musiquinhas que pegavam.

*Quem não lembra da música de campanha de Evandro Behr (1988) e de Osvaldo Nascimento (1996)? Como esquecer o famoso jingle “Eu vou de Aldo pra governador”, de 1986? Só para lembrar de alguns jingles inesquecíveis.

*Quem assistiu ao debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, pela TV Gazeta, na noite desse domingo (1º), deve achar que, por lá, chamar alguém de ladrão é elogio.

*Por outro lado, é possível concluir que os debates que ocorreram até agora entre os prefeituráveis de Santa Maria não passaram de água com açúcar.

MÁQUINA DO TEMPO

Ainda as perólas de uma campanha do passado

A Máquina do Tempo continua em 1988 para rever algumas pérolas da campanha eleitoral daquele ano em Santa Maria com base nas propagandas publicadas no jornal A Razão. Vejamos mais algumas dessas pérolas de candidatos a vereador.

O sósia

O candidato a vereador Osvaldo Medeiros (PMDB) usou um slogan simples, mas bastante criativo: “Também sou Osvaldo”. Uma referência a Osvaldo Nascimento, candidato a prefeito do PMDB. Além do nome, Medeiros era fisicamente semelhante a Nascimento. Ao menos no santinho.

Slogan que se perpetuou

Não é possível afirmar se Onélio Prevedello, vereador e candidato à reeleição pelo PMDB, foi o primeiro a usar o slogan “Faça a diferença”. Mas o mesmo slogan ou frases semelhantes foram usados em campanhas posteriores. Aliás, o mesmo apelo é usado até na campanha atual.

Slogan ideológico e partidário

“Eu tucanei. E Você?” diz o santinho de João Ziani, empresário da noite que cocorreu pelo PSDB em 1988. Ziani era do PMDB e foi um dos fundadores do PSDB, sigla que surgiu de uma dissidência do PMDB chamada MUP (Movimento de Unidade Progressista), em 1987.

Na época, o PSDB era uma versão mais à esquerda do PMDB da época (nada a haver com o PSDB de hoje, cada vez menos social-democrata e cada vez mais liberal).

E Ziani queria fisgar exatamente o eleitorado mais progressista do PMDB, aquele que defendia o que se tinha como verdadeira social-democracia naqueles tempos.

Curiosamente, ele tinha uma frase de apoio que funcionava como uma espécie de segundo slogan que destacava as qualidades do candidato: “Seriedade na gestão pública”.

Para finalizar, o santinho defendia a trilogia “Terra, Trabalho, Liberdade”. Muito curioso porque lá em 1992, no seu início, o PT usava o slogan “Trabalho, Terra e Liberdade”.

Versão antiga de Deus, Pátria e Família

Conhecido líder evangélico da época, Jorge Dourado fazia uma apelo em sua propaganda de candidato à vereança pelo PMDB que se assemelha ao bolsonarismo atual. Primeiro, vinha uma frase extensa: “Quado os valores humanos seguem a fé, a credibilidade e paz entre os homens”.

Na sequência, uma segunda frase com uma afirmação seguida de uma pergunta: “Eu confio em Deus, e Você? (detalhe, em letras maiúsculas).

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