Operação da Polícia Federal cumpriu 19 mandados contra organização criminosa que estaria interferindo na eleição de Bagé
O mistério envolvendo um corpo encontrado na tarde de segunda-feira (23), na Estrada do Perau, em Itaara, pode estar perto de uma solução. Éric Luís Dantas da Rosa, de 24 anos, assassinado a tiros, pode ter sido vítima de “queima de arquivo” envolvendo o processo eleitoral de Bagé.
Nesta quinta-feira (26), a Polícia Federal, a Polícia Civil e a Brigada Militar desencaderam uma operação para cumprir 20 ordens judiciais contra uma suposta organização criminosa que teria ameaçado candidatos com o objetivo de interferir nas eleições de Bagé, na região da Campanha.
Conforme reportagem do site G1RS, foram cupridos 17 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e um de prisão temporária. Os suspeitos são de Bagé, Santa Maria e Charqueadas.
A investigação identificou uma organização criminosa que teria envolvimento com o tráfico de droas e que estaria apoiando uma candidatura para a Câmara de Vereadores de Bagé.
O apoio seria por meio de votos, disponibilidade de imóveis para a campanha e até mesmo serviços de segurança. O grupo criminoso é suspeito de envolvimento em episódios violentos ocorridos recentemente no município de Bagé.
O primeiro caso de violência teve como vítima o candidato a vereador Lucas Melo (PT). Segundo as investigações, a casa de Melo foi invadida. Os invasores agrediram o petista e familiares dele. Também teriam feito ameaças supostamente com motivação eleitoral. Duas pessoas envolvidas no ataque foram identificadas por meio de câmeras de segurança.
Dois dias depois, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi, candidato do PT à Prefeitura de Bagé, foi alvo de um atentado. Uma pessoa encapuzada atirou cerca de seis vezes contra participantes de um comicío do petista e fugiu.
Agora, as investigações apontam que o atirador é o jovem encontrado morto na Estrada do Perau, em Itaara. O cadáver tinha diversos ferimentos.
Segundo reportagem do jornal Zero Hora, Éric tinha passagens policiais por tráfico de drogas, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo. Ele era alvo de um dos pedidos de prisão da Operação Impedimentum, mas foi assassinado antes.
A investigação aponta que “todas as ações criminosas teriam como objetivo amedrontar alguns candidatos, bem como seus eleitores, interferindo diretamete no pleito eleitoral”.
A Operação Inpedimentum tem como um dos principais alvos um preso que cumpre pena superior a 135 anos de reclusão na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
O grupo liderado pelo presidiário vinha dando suporte a uma candidata a vereadora e teria ordenado o ataque a tiros contra Mainardi.
Segundo a reportagem de Zero Hora, a candidata é Manuela Jacques Souza (PL), que supostamente seria apoiada pela facção. Policiais cumpriram mandados na casa da mulher.
Em vídeo, o deputado estadual Leonel Radde (PT), que é policial penal, cita a deputada do PL como a mandante da invasão da casa do vereador e do atentado contra Mainardi.
Em maio, Manuela já havia sido presa durante uma operação da Polícia Federal para investigar um esquema de rachadinha na Prefeitura e na Câmara de Vereadores de Bagé.
Em nota divulgada por ZH, a advogada Luíse Krusser, que defende Manuela, afirma que “os fatos não encontram subsídio mínimo para subsidiar qualquer acusação, não passando de mero denuncismo vazio dos opositores políticos”.
(Com informações do site G1RS, da PF e dos jornais Zero Hora e Correio do Povo)