Crime, que teve grande repercussão, ocorreu em abril de 2022, dentro da Secretaria de Turismo do município
O Tribunal do Júri da Comarca de Jaguari condenou o militar da reserva e empresário Leones Albaces Oliveira Dal Osto, de 60 anos, por ter matado, a tiros, o servidor público Gustavo Medeiros, de 28 anos, na tarde 20 de abril de 2022. O crime, que teve grande repercussão, ocorreu dentro da Secretaria de Turismo. O réu pegou 19 anos e três meses de reclusão em regime fechado.
O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (27), em Jaguari. A sessão presidida pela juíza Mariana de Magalhães Trindade, começou às 9h e terminou às 17h45min, com o veredito.
Duas testemunhas de acusação e três da defesa técnica prestaram depoimentos. Depois, o réu foi interrogado pela juíza. Na sentença, que foi lida ao final da tarde, a juíza aplicou a pena, que deverá ser cumprida em regime fechado.
Brigada Militar prende homem que matou vizinho em Jari
Réu está preso em quartel de Santiago
Em razão de sua condição de militar, o réu responde ao processo segregado e está preso preventivamente no 19º Grupo e Artilharia de Campanha, em Santiago. Ele seguirá preso no mesmo local. Cabe recurso à decisão do Tribunal do Júri.
O militar foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Homem é preso após tentar matar ex-mulher em Ivorá, na Quarta Colônia
Vítima morreu no Caridade, em Santa Maria
Dal Osto entrou no prédio da Secretaria, foi até a sala onde estava o servidor, o ameaçou e depois atirou em Gustavo Medeiros e fugiu. A vítima chegou a ser removida para Santa Maria, onde morreu no final da noite, no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo.
No júri, o promotor de Justiça Eduardo da Silva Fagundes e o assistente de acusação José Nodário Acosta Kapper reiteraram os termos da denúncia e pediram a condenação do réu.
Assassinato de jovem em Polêsine pode estar ligado ao tráfico; operação prende 8 pessoas
Advogados alegaram crime “por impulso”
Dal Osto foi defendido pelos advogados Daniel Tonetto, Walter Pribe, Mateus Quartiéri, Humberto Ramos Zweibrucker e Elisangela Pilar.
De acordo com reportagem do site NP Expresso de Santiago, a defesa admitiu a culpa do militar, mas alegou que Dal Osto “agiu por impulso”. O réu alegou que várias vezes foi chamado de “cotoco” ou “sem braço”.
Os advogados do réu alegaram ainda que o militar era dedicado à família e que cuidava de sua mãe doente. Portanto, não mereceria a condenação por motivo torpe.
PINHAL GRANDE: Polícia apreende arma na casa de homem que ameaçou irmão por divergências políticas
Motivação foi concorrência no ramo imobiliário
O militar Leones Dal Osto era empresário do ramo imobiliário. Proprietário de uma imobiliária, ele estaria insatisfeito com a venda de um imóvel, realizada pela imobiliária concorrente, onde a vítima trabalhava.
O assassino foi preso um dia depois do crime ao se apresentar à Polícia Civil, em Santiago. Policiais apreenderam duas armas longas, uma pistola e diversas munições de diferentes calibres. Como o réu era militar da reserva, ele foi encaminhado ao Exército Brasileiro.
(Com informações de Fabi Càrvalho e Sabrina Barcelos Corrêa – Tribunal de Justiça do RS)
Fato
Conforme o Ministério Público, no dia 20/4/22, por volta das 14h, nas dependências da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Desporto, Gustavo Medeiros foi morto a tiros pelo réu, proprietário de uma imobiliária. A denúncia, aceita em maio de 2022, relata que o acusado estaria insatisfeito com a venda de um imóvel, realizada pela imobiliária onde a vítima trabalhava, concorrente com a do réu. Após o ataque, o réu fugiu do local. A vítima morreu no dia seguinte ao crime.
Texto: Fabi Càrvalho e Sabrina Barcelos Corrêa