Paralelo 29

Movimentos sociais, partidos e sindicatos convocam para ato contra anistia a condenados pelo 8 de Janeiro

Foto: Joedson Alves, Agência Brasil

Manifestação será realizada nesta terça-feira, às 17h30min, na Praça Saldanha Marinho

Movimentos sociais, partidos de esquerda e sindicatos promovem, nesta terça-feira (10), em Santa Maria, um ato público contra o projeto de lei 1685/23, que propõe anistiar participantes da tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

O ato será às 17h30min, na Praça Saldanha Marinho. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está à frente da manifestação, que abre a Jornada de Mobilizações referenda na assembleia de sexta-feira (6).

A Jornada, que se estende até sexta-feira (13), reivindica o cumprimento dos acordos de greve com o governo federal. O protesto contra a anista é organizado por movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, partidos políticos e organizações defensoras da democracia e ocorrerá em diversas cidade do pais, marcando o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

“O eixo central das manifestações reivindica o arquivamento do projeto que visa anistiar as e os golpistas, além de pressionar pela responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro e todos e todas que atentaram, em 8 de janeiro, contra o Estado Democrático de Direito”, diz a Sedufsm.

Santa-Marienses condenados

Entre os réus por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 estão 11 pessoas de Santa Maria e da Região Central. Desse total, quatro já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em novembro do ano passado, o comerciante Eduardo Zeferino Englert, de Santa Maria, foi condenado a 16 anos de prisão. Ele foi preso em maio deste ano “por risco de fuga” e levado à Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm).

Englert foi condenado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio público. Em 8 de janeiro, ele foi flagrado dentro do Palácio do Planalto.

No processo, Englert alegou que só entrou no prédio para se proteger de bombas da polícia, negando ter participado do quebra-quebra.

Depois, o STF condenadou Lucas Schwengber Wolf, um arquiteto nascido em Santiago e morador de Três Passos. Ele foi a Brasília em um ônibus que partiu de Santa Rosa. Wolf pegou 14 anos de prisão pelos mesmos crimes de Englert.

Em depoimento à Polícia Federal, o santiaguense deu uma versão parecida com a do empresário santa-mariense. No caso dele, afirmou que entrou no prédio em que foi preso “por curiosidade”.

Já no final do mês passado, o STF condenou a um ano de prisão a empresária santa-mariense Tatiane da Silva Marques, ex-candidata a vereadora pelo PL, e o oficial da reserva da Brigada Militar Holvery Rodrigues Bonilha.

Os dois foram condenados a um ano de detenção por estarem no acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

Eles foram para as manifestações de 8 de janeiro, mas não chegaram a ir à Praça dos Três Poderes, onde ocorreram invasões e quebra-quebra.

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