Policiais cumpriram mandados em 35 cidade gaúchas, entre elas Jaguari, Júlio de Castilhos e Santa Maria, na Região Central
O Ministério Público deflagrou nesta terça-feira (17) uma megaoperação contra criminosos que obtinham registros de CAC (Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador) para abastecer facções no Rio Grande do Sul. Jaguari, Júlio de Castilhos e Santa Maria estão entre as 34 cidades gaúchas onde estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão.
O Grupo de Ações Especiais e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRS contou com forças do Ministério Público Militar da União (MPM), do Exército Brasileiro, da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
CACs abasteciam assaltantes, assassinos, traficantes e sequestradores
Segundo o MPRS, o objetivo da Operação Desarme é combater uma fraude na concessão e manutenção de registros para CAC no Estado.
Criminosos estariam fazendo falsas declarações de idoneidade para obter as permissões do Exército e, assim, terem o direito de adquirir armamentos que depois eram repassados para facçoes cometerem os mais diversos crimes.
Conforme o MPRS, os investigados na Operação Desarme abasteciam traficantes, assassinos, assaltantes, sequestraores e estelionatários, entre outros criminosos, alguns deles já condenados e outros alvos de processos ou investigações policiais.
Até presidiário condenado com registro de CAC
“Por exemplo, dois CACs estão atualmente dentro de presídios, dois usam tornozeleira eletrônica, outro tem 23 ocorrências contra si por estelionato e ainda há um que, em 2015, trocou tiros com policiais penais dentro do Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, quando, junto com comparsas, foi ao local para matar um apenado em custódia durante atendimento médico”.”, diz o MPRS.
Em um balanço parcial, até às 9h, havia um preso em flagrante por porte ilegal de armas, cerca de 90 munições, mais de 60 armas, um drone e diversos documentos apreendidos.
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ONDE FORAM CUMPRIDOS MANDADOS DE PRISÃO E BUSCA
No Rio Grande do Sul, foram cumpridos mandados em 35 cidades:
NA REGIÃO CENTRAL
- Jaguari
- Júlio de Castilhos
- Santa Maria
PRÓXIMAS DE SANTA MARIA
- Cachoeira do sul
- Rosário do Sul
EM OUTRAS REGIÕES
- Antônio Prado
- Arroio do Sal
- Bento Gonçalves
- Campo Bom
- Canguçu
- Canoas
- Capão da Canoa
- Caxias do Sul
- Charqueadas
- Giruá
- Gravataí
- Igrejinha
- Não-Me-Toque
- Osório
- Passo Fundo
- Pinheiro Machado
- Porto Alegre
- Sananduva
- Santa Rosa
- Santo Antônio da Patrulha
- Santo Antônio das Missões
- São Leopoldo
- São Luiz Gonzaga
- Sapucaia do Sul
- Sapiranga
- Três de Maio
- Vacaria
- Viamão
- Xangrilá
EM SANTA CATARINA
- Bombinhas
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CACs investigados e 141 armas irregulares
Ainda de acordo com as informações do MPRS, o Gaeco identificou nove CACs “com fortes indícios” de ligações com organizados criminosas faccionadas no Rio Grande do Sul.
Outros 32 CACs investigados pelo MPM estão envolvidos em fraudes perante o Exército e em demais irregularidades.
Nesta primeira fase da investigação, foram detectadas 141 armas irregulares em razão de declarações falsas e demais crimes cometidos.
Todos são alvos de apreensão nesta terça-feira. Os agentes públicos cumpriram 82 mandados de busca e apreensão, inclusive em quatro casas prisionais. Cães farejadores o Gaeco auxiliaram na busca por telefones celulares.
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O promotor de Justiça André Dal Molin, coordenador do Gaeco, ressalta que o órgão está atento à obtenção de registro e ao comércio ilegal de armas de fogo. O órgão atua em parceria com o MPM para combater os crimes correlatos.
Já o promotor de Justiça João Afonso Beltrame, coordenador do 8º Núcleo Regional Gaeco – Central, é o responsável pela investigação e operação.
Ele destaca que o Ministério Público Militar da União apurou uma série de delitos e, como soube ainda da ação de organizações criminosas – o que foge da sua área de competência, o órgão procurou o Gaeco em Santa Maria.
Beltrame refere que o Gaeco detectou fortes indicativos que os investigados tinham vinculação com organizações criminosas faccionadas do Estado e forneciam armas e munições para tais grupos criminosos, auxiliando a aumentar o poderio bélico delas.
“Hoje, com parceria do Ministério Público Militar, demos início à retirada de circulação de centenas de armas que se encontram irregulares no nosso Estado”, diz o promotor Beltrame.
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360 agentes participaram das operação
Também participaram da operação os promotores de Justiça do MPM Diego Ruas, Soel Arpini e Murilo Antonio dos Santos. Ao todo, o efetivo empregado foi de mais de 360 agentes.
De acordo com o chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC), coronel Nei Altieri, o material apreendido foi levado para unidades do Exército, onde ficará armazenado à disposição do Ministério Público.
“O Exército atua em estreita colaboração com os órgãos policiais e com o Ministério Público, de forma que haja ampla troca de informações. Quando são detectadas irregularidades relacionadas à idoneidade do registrado, os certificados são cancelados”, explicou.
(Com informações do MPRS)