Na situação mais recente, instituição de ensino estuda adotar outras medidas contra universitário que se formou esta semana
Dois casos de apologia ao nazismo ganharam repercussão este mês no Rio Grande do Sul e estão sendo investigados. O mais recente foi o do estudante Vinicius Krug de Souza, que foi para a solenidade de formatura com uma suástica pintada no rosto. Antes, em São Gabriel, um homem foi preso com um adesivo da SS em seu veículo.
O caso do estudante da Universidade Federal do RS (Ufrgs), em Porto Alegre, ocorreu no Campus Centro, na noite da última terça-feira (18). Formando em Engenharia de Minas, o estudante foi impedido de receber o diploma com a pintura.
Ao ser questionado pela instituição, Krug alegou que a pintura se tratava de “um símbolo hindu”. Ele removeu o símbolo e pode se formar juntamente com os outros colegas.
Jovem é alvo de boletins policiais e de pedido de cassação do diploma
Contudo, o jovem não ficou livre de responder na Justiça por apologia ao nazismo. O deputado estadual Leonel Radde (PT), que é policial penal e integra um grupo antifacismo e antinazismo, registrou um boletim de ocorrência contra o estudante. A Reitoria da UFRGS fez o mesmo.
Em nova postagem em seu site, a UFRGS atualizou as informações sobre o caso. Segundo a publicação, nesta sexta-feira (21), a Reitoria irá se reunir com a procuradoria federal da instituição para “definir medidas administrativas no âmbito da Universidade cabíveis nesse caso”.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também entrou no caso. A entidade pediu a anulação da diplomação de Krug. A Reitoria disse que vai aguardar o desdobramento das ações
“Novamente, a UFRGS ressalta que não tolera ataques aos direitos humanos nem manifestações de ódio nos seus espaços e que sempre irá reagir com veemência diante de episódios inadmissíveis como o que ocorreu nos momentos que antecederam a solenidade de colação de grau do último dia 18, no Salão de Atos”, diz a instituição, que já havia divulgado nota.
Em São Gabriel, homem foi preso
O caso de São Gabriel foi registrado em 7 de fevereiro, quando a Polícia Civil prendeu um homem de 56 anos por suspeita de apologia ao nazismo. O homem foi detido na Vila Maciel por ter, em seu veículo, um adesivo da SS, organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler.
A SS ou Esquadrão de Proteção fazia parte do aparato de terror implantado durante o regime nazista, que exterminou judeus, ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais, comunistas e pessoas as quais o regime nazista definiu como inimigas ou como alvos. No Brasil, fazer apologia ao nazismo é crime.
(Com informações da UFRGS e do Caderno 7 de São Gabriel)