Confira os destaques da coluna Giro do Paralelo desta sexta-feira, 30 de outubro.Vereadores não poupam colegas ausentes à sessão de análise do veto ao projeto que institui o programa Diversidade na Escola. Também são destaques o cuidado com a divulgação das pesquisas eleitorais, multa a candidato e o percentual de negros nas eleições.
Vereadores não poupam ausência de colegas em votação sobre projeto polêmico
O clima foi tenso e alguns parlamentares subiram o tom na sessão de quinta-feira (29) da Câmara, quando foi analisado o veto do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) ao projeto que institui o programa Diversidade na Escola, de autoria da pedetista Luci Duartes, Tia da Moto. O veto foi mantido, e a proposta, acabou sepultada.
A ira de alguns parlamentares estava voltada para Marion Mortari (PSD) e Celita da Silva (PT), Professora Celita, que, coincidentemente, não estavam na sessão de aprovação do projeto e nem, agora, no seu arquivamento. Desta vez, a dupla estava em agenda na capital gaúcha.
Câmara mantém veto a projeto da Diversidade na Escola
O vereador Ovídio Mayer (PTB), Dr. Ovídio, tentou adiar a votação na quinta-feira, pedindo vistas, mas o presidente da Casa, Adelar Vargas (MDB), Bolinha, informou que não cabia deferir, de acordo com o Regimento Interno.
Leopoldo Ochulaki (MDB), Alemão do Gás, e Jorge Trindade (PDT), Jorjão, tentaram também adiar a análise, mas em vão. Em determinado momento, Bolinha lembrou que a viagem a Porto Alegre dos dois colegas foi autorizada pelo próprio plenário. Já a autora criticou os colegas na tribuna.
O tiro saiu pela culatra
Os vereadores Marion Mortari e Professora Celita foram procurados pelo Site Paralelo 29. Ele justificou que, na sessão de votação do projeto não compareceu por suspeita de Covid -19.
Já nesta quinta-feira, Marion alegou que as agendas já estavam marcadas anteriormente e que foi apenas uma coincidência. A petista, por sua vez, não se manifestou. “No momento não vejo necessidade”, disse ela, em mensagem por WhatsApp.
Os dois viajaram a Porto Alegre sem custo para o Legislativo para agendas em secretarias estaduais e na Famurs. Os compromissos me parece que poderiam ser transferidos para outra oportunidade, ainda mais no momento de plena campanha.
Explicações à parte, agora se os dois vereadores tiveram a intenção de se ausentar para não se posicionar em relação a um tema polêmico. O tiro saiu pela culatra. Marion, que concorre a vice-prefeito na chapa de Luciano Guerra (PT), e Celita, que busca a reeleição, sofreram um desgaste e tanto. Não adiantou estarem distantes. Seus colegas, pelas manifestações, não acreditaram na “mera coincidência” e trataram de deixar isso claro.
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Para fechar, omitir-se ou ficar em cima do muro não dá voto, muito pelo contrário, ainda mais quando são vereadores e representam uma parcela da população. Posições divergentes fazem parte da democracia e têm de ser respeitadas, embora hoje se condene, infelizmente, quem pensa diferente.
Confira a sessão de apreciação do veto ao projeto que institui o programa Diversidade na Escola:
Ficou constrangedor
Ficou constrangedor para o Partido dos Trabalhadores, que tem entre suas bandeiras a defesa das minorias, e para seus vereadores verem uma das integrantes da bancada e mais o parlamentar escolhido para vice de Luciano Guerra estarem ausentes das duas sessões decisivas sobre o projeto.
Inclusive para o próprio Luciano, que estava presente à sessão e dedica parte do plano de governo à comunidade LGBTAQI+.
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Isso, entretanto, não inibiu os petistas Daniel Diniz e Valdir Oliveira de irem à tribuna para fazer uma defesa contundente do projeto.
Agora, que pegou mal, ah pegou!
Cuidado com as pesquisas e seus critérios
Com a proximidade das eleições, pipocam pesquisas, realizadas por institutos conhecidos ou nem tão tradicionais assim, e encomendadas pelos próprios candidatos. E, é do jogo político, cada concorrente divulgar da forma que lhe mais favorece.
Só que sua divulgação precisa obedecer a critérios tanto para publicação em redes socais quanto para veiculação no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.
Em Itaara, o PSB e o candidato a prefeito do partido, padre Sílvio Weber, estão tendo dor de cabeça por conta de uma suposta pesquisa divulgada no Facebook.
A representação foi feita pela coligação do atual prefeito, Cleo do Carmo (MDB). As postagens “VEM AÍ RESULTADO/PESQUISA. MARGEM DE ERRO ZERO” e “PARABÉNS ITAARA PELO 24 ANOS. OBRIGADO 64,28%” resultaram numa multa de R$ 53,2 mil à sigla e ao candidato, aplicada pela Justiça Eleitoral de Santa Maria, responsável pela eleição no município vizinho.
O que os candidatos precisam observar no horário eleitoral
Na decisão, o juiz da 135ª Zona Eleitoral, Rafael Pagnon Cunha, argumentou que a pesquisa não havia sido registrada na Justiça Eleitoral e não informava dados como o instituto responsável pelo levantamento.
Especialmente, em relação à segunda postagem, o magistrado alegou que a mesma poderia influenciar o eleitorado.
Justiça Eleitoral faz alerta sobre propaganda em Santa Maria
No recurso contra a decisão, o advogado do candidato, João Marcos Adede Y Castro, argumenta que “não importa em divulgação de pesquisa eleitoral”, mas, sim, sobre a expectativa de publicação do resultado em relação à primeira postagem.
Já sobre a segunda publicação na rede social, o defensor afirma que não teria influenciado os eleitores, pois atingiu uma pequena parcela restrita “à bolha Facebook”, comparada ao número de eleitores de Itaara.
Contra-ataque
O PSB contra-atacou e fez uma representação contra a coligação do prefeito Cleo do Carmo por propaganda irregular.
O motivo seria a veiculação de um vídeo institucional da prefeitura sob o título “A saúde não pode parar” na página oficial do candidato no Facebook como propaganda eleitoral. Anteriormente, o vídeo foi publicado na página oficial da prefeitura.
Sobre a representação, o advogado de Cleo, Robson Zinn, informou que a Justiça Eleitoral mandou remover o vídeo, entretanto não aplicou multa.
Itaara é pequena, mas está agitada e dando trabalho à Justiça Eleitoral.
Defensor de diferentes partidos
Conhecido por sua atuação em Direito Eleitoral e por atuar em campanhas, o advogado e ex-presidente do MDB Robson Zinn está advogando para majoritárias de diferentes partidos nesta eleição.
Em Itaara, atua na defesa da coligação do MDB, a exemplo de Dilermando de Aguiar. Já em Santiago, advoga para o PDT, em São Gabriel, para o Podemos, e em Taquara, para PSDB.
Mais pardos e negros no pleito
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que a proporção do número de candidatos pardos e pretos nas eleições deste ano alcança um percentual de 49,9%.
O índice supera os 48,1% dos concorrentes que se autodeclararam brancos nos pedidos de registro de candidaturas para prefeito, vice-prefeito e vereador entregues à Justiça Eleitoral até o dia 26 de setembro.
No pleito de 2016, 51,45% dos concorrentes se declararam brancos e 47,76% pardos ou pretos. Os dados podem ser consultados em estatísticas eleitorais na eleição de novembro.
Com menos de um mês para a eleição, TSE reforça medidas
As estatísticas, que ainda estão em fase de consolidação para as eleições deste ano, apontam, que, no quesito cor/raça, cerca de 267 mil candidatos (48,1%) se disseram brancos, 219 mil (39,4%) se declararam pardos e 58 mil (10,5%) afirmaram ser pretos.
Já nas eleições de 2016, houve 255.689 candidatos brancos (51,45%), 194.402 pardos (39,12%) e 42.916 (8,64%) pretos.
O pequeno aumento da parcela de negros e pardos é um alento para aumentar as chances das minorias estarem representadas nos Legislativos municipais e nos Executivos.
Como consequência, é uma esperança de mais políticas públicas para esses segmentos.
Nem o celular do reitor escapou
Criminosos clonaram o WhatsAPP do reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann. O fato aconteceu nesta sexta-feira (30) e foi confirmado por Marionaldo Ferreira, secretário do Gabinete do Reitor.
Marionaldo, aliás, enviou a seguinte mensagem aos santa-marienses e conhecidos de Burmann: “Caros, estão ligando de um número 011 pedindo “ação beneficente em nome de “Gestão UFSM”. Durante a ligação dizem que será enviado um código SMS para que seja “confirmado o cadastro”. O código enviado parece ser a mensagem que o Whats envia para “confirmar o proprietário” e ativar o whatsAppWeb na tela de quem está ligando. Parece ser continuidade da ação com o professor Burmann”.
Durante a semana, o chefe da Casa Civil do governo Eduardo Leite (PSDB), o ex-prefeito de Caçapava Otomar Viana (Progressistas) teve também seu telefone clonado. Na onda de golpes, estelionatários não poupam ninguém. Todo cuidado é pouco.
(Colaborou José Mauro Batista)