Missionária atua em região de grande pobreza e sem qualquer política pública
MAIQUEL ROSAURO – site claudemirpereira.com.br *
A irmã Lourdes Dill, 73 anos, precisa da sua ajuda! Após passar 35 anos trabalhando em Santa Maria, desde o final de setembro de 2023 a religiosa atua como missionária nas paróquias de São Miguel Arcanjo de Micane e São Paulo Apóstolo de Larde, no interior de Moçambique, em uma missão da Congregação Filhas do Amor Divino. No momento, ela enfrenta uma difícil missão: levar água para cerca de 600 famílias.
Ex-coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança e agente da Cáritas desde 1986, a irmã Lourdes não deixou o trabalho social de lado na África. Ela está à frente da campanha “Gota de Esperança”, que busca abrir um poço artesiano na comunidade de Hauaua, na localidade de Jagoma, distrito de Moma.
“O valor do poço custa em torno de R$ 50 mil. Já temos uma parte do valor e ainda vamos dar para cada família um balde de 20 litros para carregar a água e um copo de plástico para cada pessoa presente na inauguração. Além disso, vamos iniciar projetos de Economia Solidária, Agricultura Familiar e a Economia de Francisco e Clara. Ao todo, são de 580 a 600 famílias que vão usufruir do poço. E vale dizer que todas as famílias são muito numerosas”, explica a irmã.
De acordo com a religiosa, cada família tem, geralmente, de quatro a dez filhos. No momento, está sendo organizado o Conselho Gestor da Comunidade, que será o responsável pelo acesso das famílias ao “furo de água potável” (expressão usada para se referir a um poço artesiano em Moçambique).
O poço será instalado na região central do povoado de Hauaua, que possui outras oito localidades ao seu redor.
“Os santa-marienses e, em especial meus amigos e parceiros, podem ajudar na campanha deste poço fazendo doações pelo PIX da campanha. Qualquer valor é muito bem aceito neste mutirão e em favor destas famílias que caminham muito longe, quilômetros e quilômetros para buscar água de balde para seu consumo. A roupa e o banho eles resolvem em pequenos riachos enquanto ainda tem água, pois a seca dura seis meses e complica muito a vida para todas as famílias”, relata.
Algumas famílias, conforme a irmã, chegam a percorrer até 15 quilômetros, todos os dias, para ter acesso à água potável.
As doações podem ser realizadas pelo PIX: 03.465.924/0001-51, em nome do Instituto ASA de Interesse Público OSCIP ASA.
Uma difícil missão
Além da irmã Lourdes, a comunidade das Filhas do Amor Divino, na missão em Moçambique, é formada pelas irmãs Ilca Welter, Maria Madalena Andrade e Rita Finkler.
As quatro atuam na evangelização, possuem ações pastorais e ainda desenvolvem projetos próprios nas comunidades, como saúde alternativa, vocações, alfabetização de crianças e adultos com reforço escolar, entre outros.

“Nas duas paróquias em que atuamos são em torno de 170 comunidades, todas muito distantes e com estradas de chão de difícil acesso. Na nossa região não tem asfalto, as comunidades do interior não tem luz elétrica, as famílias vivem em aldeias próximas umas das outras, não têm água nas residências e o povo caminha longe para buscar água de balde para seu consumo”, reflete a irmã.
A missionária também aponta que é grande a pobreza das famílias e não há políticas públicas. Por essa razão, segundo ela, é urgente e necessário que a missão invista nas áreas social, econômica e ambiental.
(*Material compartilhado conforme parceria entre os sites)