A coluna Giro do Paralelo deste domingo (7) comenta a reunião do deputado santa-mariense Valdeci Oliveira (PT) com o governo do Estado para tratar de uma proposta de renda básica para famílias pobres. Também avalia a solução caseira do governador Eduardo Leite (PSDB) para a Casa Civil e analisa as eleições do Senado e da Câmara, além do fim da Lava-jato.
Deputado defende ajuda emergencial
O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) foi recebido pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na sexta-feira feira (5).
De sua autoria, o petista foi apresentar a proposta de renda básica emergencial para beneficiários do Bolsa Família diante da crise econômica causada pela pandemia e o fim do auxílio pelo governo federal.
`Petista apresentou três alternativas a Leite
- R$ 100 por pessoa como complementação pelo período de oito meses
- R$ 200 por pessoa pelo período de quatro meses
- R$ 100 de complemento por pessoa do núcleo familiar. Em caso de mãe chefe de família, que não tem o companheiro, o valor seria elevado a R$ 200 por quatro meses.
Em resposta, o governador Leite afirmou que a Secretaria da Fazenda irá analisar de forma criteriosa condições para viabilizar o plano estadual de renda emergencial.
No encontro, o deputado apresentou, ainda, algumas fontes de financiamento do auxílio e pediu o apoio da base do governo tucano na aprovação pela Assembleia da instituição da renda básica.
Solução caseira para a vaga de Otomar
O governador Eduardo Leite (PSDB) procurou muito um substituto para ocupar o lugar de Otomar Vivian (Progressistas) na Casa Civil e acabou recorrendo a uma solução caseira.
O escolhido para assumir a articulação do governo é um jovem secretário em que o PSDB e Leite apostam muito. O advogado Artur Lemos Júnior, que comandava a pasta do Meio Ambiente e Infraestrutura, substituirá o veterano e habilidoso político de Caçapava do Sul.
Pelo jeito, o governador Leite teve dificuldades para encontrar um substituto com perfil parecido e com a cancha de Otomar. O ex-prefeito de Caçapava do Sul pediu para deixar o cargo e, agora, assumirá a diretoria de Planejamento do BRDE.
Logo, o Piratini enviará projetos polêmicos à Assembleia Legislativa, e Lemos começará a ser testado.
O deputado Valdeci Oliveira (PT), aliás, aproveitou a ida ao Piratini na sexta-feira e fez uma visita ao novo chefe da Casa Civil.
A ciência derrota o negacionismo
Bolsonaro sai fortalecido com vitórias na Câmara e no Senado
A eleição do senador Rodrigo Pacheco (Democratas) para presidente do Senado, e do deputado Arthur Lira (Progressistas) para comandar a Câmara, fortaleceu e muito o governo Jair Bolsonaro (sem partido).
O senador mineiro foi eleito quase por unanimidade. Era candidato do governo, mas também do PT, do MDB e de outras siglas. Portanto, foi uma vitória tranquila.
Mas a grande vitória ocorreu na Câmara. O candidato do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (Progressistas), do bloco do centrão, venceu no primeiro turno e com ampla vantagem.
Ele derrotou o deputado Baleia Rossi (MDB), seu maior adversário na disputa, que tinha o apoio da bancada do PT e do agora ex-presidente da Casa Rodrigo Maia (Democratas). Lira fez 302 votos dos 503 deputados que votaram.
Bolsonaro e aliados comemoraram muito e ironizaram adversários. Mas o fato é que o governo tende a ter sua vida facilitada no Congresso com dois aliados no comando das duas casas.
Terá caminho aberto para pautar projetos de interesse do Palácio do Planalto.
Deputado gaúcho acusa governo de interferir na eleição da Câmara
Refém do centrão?
Eleito com um discurso contrário à velha política e ao toma lá da cá, o presidente Jair Bolsonaro se rendeu ao método utilizado pelos governos tucanos, petistas e do MDB.
Se uniu ao centrão, negociou cargos no Planalto e, como agrado despejou milhões em emendas parlamentares no mês de janeiro.
Com muitos integrantes envolvidos em denúncias de corrupção, o centrão costuma cobrar caro pelo seu apoio. Não demora muito, o bloco apresentará a conta, e Bolsonaro tende a ficar refém do apetite do centrão.
Deputado gaúcho é um dos 8 candidatos a presidente da Câmara
Depois de protagonista, Maia sai enfraquecido
Protagonista da República no governo Bolsonaro, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia foi o grande derrotado da eleição.
Maia assumiu ao longo de sua gestão papel importante em votações polêmicas no Congresso.
Com dificuldades na articulação, o governo Bolsonaro abriu espaço para Maia ser protagonista. Ele foi o fiador da Reforma da Previdência.
Também era voz sempre ouvida nas crises do Planalto em relação à pandemia ou diplomáticas com outros países.
Mas nos últimos dias no comando da Casa, o poder e o protagonismo de Maia foram se esvaindo.
O seu próprio partido voltou atrás depois de anunciar apoio a Baleia Rossi. Acabou no bloco vitorioso de Lira e Bolsonaro.
Descontente com seu partido, ameaça deixa a sigla e já é cortejado por outras siglas.
Agora, pelo protagonismo que exerceu ao longo do período que presidiu a Câmara, sem dúvida, Mais saiu derrotado e com menos força política.
Senador gaúcho é um dos 5 candidatos a presidente do Senado
Lava-jato acaba com aplausos de adversários
Com a bandeira de combate a corrupção, o presidente Jair Bolsonaro chegou a presidente da República.
Depois de eleito, entretanto, tratou de minar a maior operação de combate à corrupção do país e, agora, acabou de vez com a força-tarefa da Lava-jato em Curitiba.
Apesar da conduta ética bem questionável do então juiz Sergio Moro e de procuradores da força-tarefa, revelada em áudios pela invasão de hackers em celulares de autoridades, a operação foi um avanço no combate a um sistema viciado e enraizado no Brasil.
Por isso, os mecanismos de combate à corrupção têm de ser mantidos e aperfeiçoados. O argumento de Bolsonaro de que não há corrupção no seu governo não convence.
O sistema viciado continua em curso. Basta ver como foram as negociações para eleger o presidente da Câmara.
Parceria entre prefeito e vice termina de forma melancólica
Também em meio a uma crise sanitária sem precedentes, políticos furaram a fila da vacinação em benefício próprio ou de familiares. Esse tipo de “jeitinho” é um estímulo para descambar em corrupção.
É preciso ressaltar que foi o governo Bolsonaro que decretou o fim da Lava-jato, contudo teve aplausos de políticos do PT, do Republicanos, do Progressistas, do PTB e por aí vai…
A lista de satisfação e interesses comuns é grande.