Pela segunda vez em menos de um mês brasileiros saíram às ruas do país e no exterior, neste sábado (19), em manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Houve ato inclusive em Santa Maria.
Organizadas por movimentos sociais, entidades sindicais e partidos políticos, como PT, PC do B, PCB, PCO e PSOL, as manifestações foram além da esquerda e incluíram militantes e dirigentes de partidos de centro-esquerda, como o Cidadania, o PDT e o PSB,
Com faixas escritas com a frase “Fora, Bolsonaro”, os manifestantes pediram o impeachment do presidente e reivindicaram, principalmente, a ampliação da vacinação contra a Covid-19 e o aumento do auxílio emergencial para R$ 600, no mínimo.
No entanto, não faltam outras pautas na rua, como a questão ambiental e a educação, que sofre com os cortes de vergas nas universidades públicas.
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500 mil mortes lembradas
Mas as críticas à gestão do governo Bolsonaro na pandemia da Covid-19 foram o ponto fundamental dos protestos. À tarde, enquanto ocorriam as manifestações em várias capitas e cidades do interior, o Brasil atingiu e ultrapassou a triste marca das 500 mil mortes pela Covid-19.
Nas manifestações, havia muitas faixas e cartazes chamando Bolsonaro de genocida e criticando ministros do seu governo, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente, investigado por suposto favorecimento a madeireiros.
Também houve declarações de apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o governo Bolsonaro no Senado pelas mortes na Covid e pelos impactos negativos na economia devido à condução do governo.
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Haddad critica setores econômicos
Em São Paulo, o ex-prefeito da cidade e adversário derrotado por Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, o petista Fernando Haddad, foi um dos que discursou.
“Quinhentas mil mortes oficiais por conta de um genocida que está no poder, destruindo empregos, destruindo patrimônio público, destruindo vidas”, disse Haddad, culpando setores econômicos de cúmplices de Bolsonaro ao “não ter coragem” de defender o impeachment.
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CPI promete responsabilizações
Durante o dia, assim que saiu a informação de que o Brasil atingira meio milhão de vítimas da Covid-19, houve uma série de manifestações nas redes sociais, inclusive de partidos como Democratas, que apoia Bolsonaro.
A CPI da Covid, por exemplo, divulgou nota contundente em que acusa o governo de ser responsável pelas mortes.
“Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem”, diz a nota de pesar.
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O protesto em Santa Maria
Em algumas cidades, o frio e a chuva atrapalharam as manifestações, principalmente na região Sul. Em Santa Maria, os manifestantes se concentraram na Praça Saldanha Marinho, ainda pela manhã. Depois, eles percorreram as ruas centrais da cidade.
Em nível local, segundo a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm), o protesto foi organizado pelo Comitê Popular em Defesa da Vida de Santa Maria, juntamente com sindicatos, coletivos, movimentos sociais, entidades estudantis e partidos políticos como PT, Psol, PCdoB, PSTU e PCB.
Em Santa Maria, além da vacinação e do auxílio emergencial, pautas principais das manifestações, os participantes criticaram a reforma administrativa em curso.
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Governo divulga balanço
Como contraponto, o governo federal, por meio da Casa Civil, divulgou um balanço dos 900 dias de gestão, destacando ações desenvolvidas nos últimos 100 dias, em especial ações “de combate à pandemia”.
O governo incluiu entre essas ações o auxílio emergencial e a remessa de mais de 110 milhões de doses de vacinas contra a Covid aos Estados.
No documento, o governo afirma que esse número coloca o país em quarto lugar no ranking mundial de países que mais vacinam contra a doença.
No entanto, esses dados estão distorcidos, conforme o portal da CNN Brasil. De acordo com o a CNN, o Basil continua na 67ª posição no ranking mundial de vacinação contra a Covid-19, na relação a cada 100 habitantes.
Ainda conforme a CNN, o país já esteve na 56ª posição desse ranking. Porém, na última semana estava em 68º lugar.