Paralelo 29

Bolsonaro é alvo de operação da PF sobre adulteração de cartão de vacinação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Residência do ex-presidente é alvo de mandado de busca e apreensão e auxiliares são presos pela Operação Venire

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da Operação Venire que investiga adulteração em cartões de vacinação. Ex-auxiliares dele foram presos pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3).

A residência do ex-presidente foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (3). Os agentes também recolheram o celular de Bolsonaro. 

“Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte”, disse o ex-presidente ao deixar sua residência em Brasília, acompanhado de seus advogados de defesa.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

“Eu não tomei a vacina”, afirmou Bolsonaro

Ao conversar com jornalistas na saída de sua casa, Bolsonaro disse que optou por não tomar a vacina após ler a bula do imunizante: “eu não tomei a vacina. Foi uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da [vacina] Pfizer.”

Ele informou ainda que sua filha Laura Bolsonaro também não tomou a vacina. No Twitter, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro comentou a ação.

Michelle diz que apenas ela foi vacinada

“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada.”

Situação poderá se complicar

A situação de Bolsonaro poderá se complicar se, de fato, ele entrou nos Estados Unidos sem estar vacina. A falsificação de documentos para entrar nos Estados Unidos pode levar a 10 anos de prisão.

Em 2021, os Estados Unidos incluíram a certificação da vacina contra a covid-19 na lista de documentos exigidos para ingressar no país. A obrigatoriedade de imunização contra a covid-19 em solo americano é obrigatória até 12 de maio deste ano.

Na operação desta quarta-feira, a PF prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e os seguranças do ex-presidente Max Guilherme e Sergio Cordeiro, além de João Carlos de Souza Brecha, secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).

Operação Venire

Viatura da Polícia do Exército acompanha viaturas da Polícia Federal que chegam ao prédio sede da PF. que faz operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde/ Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Análise de documentos

Por meio de nota, a corporação informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.  

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.

Ainda conforme a PF, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.

(Com informações da Agência Brasil, da Polícia Federal e do Portal Terra)

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