ALESSANDRA CAVALHEIRO – JORNALISTA
Esta semana está especialmente importante dentro do Movimento Nacional dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Santa Catarina.
Nesta quinta (26) e sexta-feira (27) vai acontecer, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o Fórum Brasil ODS 2023, tendo como tema central a preservação da água.
Destaco a participação de Haroldo Machado Filho, Oficial de Parcerias e Financiamento do Escritório da Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas (ONU) no Brasil.
Anteriormente, foi o Assessor Sênior sobre a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD/Brasil e negociador, pelo governo brasileiro, no processo de negociação multilateral de mudança do clima.
CÁ ENTRE NÓS: Lágrimas e impermanência
Haroldo é doutor em direito internacional pelo Instituto de Altos Estudos Internacionais e de Desenvolvimento (IHEID), em Genebra. Trabalha no Sistema ONU há mais de 15 anos, lidando com temas como mudança do clima, desenvolvimento sustentável, transferência de tecnologias e financiamento para o desenvolvimento.
O tema da água foi escolhido porque a questão hídrica perpassa grande parte dos problemas da atualidade. O acesso à água potável e a infraestrutura de saneamento básico são pilares essenciais dos ODS. Entrevistei Haroldo no Fórum Brasil ODS 2019. Veja aqui.
CÁ ENTRE NÓS: Procuram-se pacificadores!
Água, um imperativo local
De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, de 2021, a região Sul do Brasil apresenta índice de 91,3% de sua população com acesso à água potável, destacando seu compromisso com o ODS 6, que visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
No entanto, a realidade é diferente na região Norte, onde apenas 60% da população tem acesso à água potável, evidenciando os desafios significativos que ainda persistem.
Além disso, na região Sul, 51,6% da população enfrenta a falta de coleta de esgoto, enquanto na região Sudeste, 18,3% da população ainda não possui acesso a esse serviço básico.
CÁ ENTRE NÓS: Estamos plastificados!
Esses números ressaltam a urgência de abordar a questão da água e saneamento básico, não apenas como um compromisso global, mas como um imperativo local.
O Fórum Brasil ODS SC 2023 busca criar conscientização sobre a necessidade de soluções abrangentes para garantir que todos tenham acesso a água limpa e saneamento adequado, alinhando-se com o ODS 6 – “Água Limpa e Saneamento” e o ODS 14 – “Vida na Água”.
A água é fundamental para alcançar diversos outros ODS, incluindo a erradicação da pobreza, a saúde e o bem-estar, o consumo responsável e a preservação da vida terrestre e marinha.
Ela é o elemento que liga todas essas metas, sendo essencial para a prosperidade econômica, a equidade social e a proteção do meio ambiente.
Programação de fôlego
O Fórum deste ano apresenta 27 horas de conteúdo, com 31 convidados entre especialistas, cientistas, políticos, organizações da sociedade civil, empresas, academia e a comunidade no debate. Um trabalho de fôlego deste movimento que é alinhado à Agenda 2030 proposta pela ONU.
O futuro dos ODS no Brasil, a urgência climática, os benefícios do saneamento para o desenvolvimento sustentável e a água para a promoção da justiça social serão alguns dos temas em debate que contarão com personalidades como David e Heloisa Schurmann, da Expedição Voz dos Oceanos, que dividirão o palco Antonieta de Barros na Alesc, com cientistas como Jean Ometto e Paulo Horta, autoridades da ciência e da academia para falar sobre desafios e soluções para as mudanças climáticas.
CÁ ENTRE NÓS: O beabá do clima
Além disso, representantes da Rede Brasil do Pacto Global, do Itamaraty, bem como importantes empresas no Estado, estarão debatendo desafios e soluções com gestores públicos, como o deputado estadual Marquito, autor de leis da Compostagem, Política Municipal da Agroecologia e Produção Orgânica, Floripa Zona Livre de Agrotóxicos e Direitos da Natureza. Essa última lei virou uma referência internacional e foi apresentada por ele na ONU em 2022.
A sociedade civil também estará representada, com a participação de nomes como SOS Mata Atlântica, ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis, além da comunidade, representada por moradores da Frei Damião, além de representantes dos povos indígenas.
O momento é de estudo e reflexão com os maiores especialistas no tema, e vale apena ficar por dentro. Confira a programação: https://forumbrasilods.com.br/