Paralelo 29

CASO PRISCILA: Justiça começa a ouvir testemunhas sobre sequestro e morte de enfermeira que estudou em Santa Maria

Foto: Reprodução, MPRS

Priscila Ferreira Leonardi, de 40 anos, que morava na Irlanda, foi assassinada em Alegrete, a mando do primo

A Justiça de Alegrete começou a instrução e julgamento do processo criminal pela morte da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, ocorrido há quase um ano. Priscila, de 40 anos, morou em Santa Maria, onde estudo na Universidade Franciscana.

Embora tenha ocorrido assassinato, o caso será julgado por juiz e não pelo Tribunal do Júri. Na primeira audiência de instrução, realizada nessa sexta-feira (26), o juiz Rafael Echevarria Borba, da Vara Criinal de Alegrete, manteve a prisão preventiva dos acusados.

O juiz ouviu cinco testemunhas de acusaçao e um informante. A Justiça ainda vai ouvir mais três testemunhas arroladas pelo Ministério Público.

Depois, o juiz abrirará um prazo de cinco dias para manifestações, pedidos de diligências e outras providências. Uma nova audiência será marcada para ouvir as testemunhas de defesa dos réus. A Justiça ainda ouvirá um dos acusados, que fez delação premiada e é considerado colaborador.

Depois dessas audiências, o juiz marcará data para interrogar os acusados. Os réus foram denunciados pela promotora Rochelle Jelinek no final de novembro do ano passado, após o acerto da primeira delação premiada da história de Alegre.

Os réus respondem por extorsão qualificada com restrição de liberdade da vítima e resultado morte, além de ocultação de cadáver.

Caso Priscila: Justiça mantém prisão do primo da enfermeira assassinada em Alegrete

Desaparecimento e corpo achado no rio

Priscila morava na Irlanda e viajou para Alegrete para resolver questões pessoais envolvendo uma herança pela morte do pai. Ela desapareceu em 19 de junho do ano passado. O corpo dela foi encontrado às margens do Rio Ibirapuitã, em Alegrete, no dia 6 de julho.

Primo é apontado como mandante

O Ministério Público do RS (MPRS) havia denunciado nove suspeitos após três meses de apuração envolvendo oitiva de testeunhas e dezenas de medidas cautelares como quebras de sigilo bancário, fiscal, interceptações telefônicas, mandados de busca e apreensão de celulares e extração de dados telemáticos de mensagens.

O juiz da Comarca de Alegrete entendeu que não havia provas suficientes em relação a cinco suspeitos. Pelo mesmo motivo, ele não recebeu a acusação em relação à associação criminosa de todos os nove investigados.

A promotora Rochelle Jelinek recorreu em relação ao afastamento do delito de associação criminosa para todos e também da decisão do juiz de indeferir a acusação contra cinco acusados. Dos quatro réus que estão respondendo ao processo, o primo da vítima, Emerson Leonardi, é apontado como o mandante do crime.

Outros três réus são apontados pelo MPRS como integrantes de uma facção que teriam executado o sequestro e o assassinato da enfermeira.

Alegrete: Cinco são indiciados pela morte de enfermeira que morou em Santa Maria

Extorsão que acabou em morte

A promotora Rochele destaca que os réus não serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas sim por um juiz. No entendimento do MPRS, o objetivo do crime era extorquir a vítima, que acabou morrendo durante o sequestro em consequência de agressões sofridas.

Essa situação elimina um caso de homicídio propriamento dito (quando a intenção principal é de matar a vítima). É uma situação semelhante ao crime de latrocínio, que é o roubo com morte.

“É o que a gente entende por adequação ou enquadramento da conduta criminosa à lei. No crime de homicídio, o investigado tem a intenção principal de matar a v´tima. Neste caso da Priscila, porém, o objetivo principal do grupo era extorqui-la, mas, algo deu errado durante o sequestro e elacbou morta”, explica Rochele.

A promotora destaca também que as investigações não concluíram o que, de fato, determinou a morte da enfermeira. Contudo, ela reiteira: o objetivo era extorquir dinheiro da vítima.

“Não foi possível identificar o motivo, ou seja, se foi um acidente, se algo deu errado no plano, se ela tentou fugir e então a mataram, ou, até mesmo, se algum deles decidiu, durante o sequestro, assassiná-la. Mas sabemos que queriam transferir o dinheiro das contas da enfermeira durante o sequestro. Este foi o objetivo desde o começo e por isso respondem por extorsão com resultado morte”, ressalta Rochelle.

Crimes com penas altas

O Minsitério Público vai pedir penas altas para os acusados. A promora Rochelle destaca que a pena de extorsão com resultado morte, que é de 24 a 30 anos de prisão, é maior que a de homicídio doloso qualificado, que é de 12 a 30 anos de reclusão.

Rochelle diz que a lei considera mais forte, mais repugnante, o crime de extorsão com resultado morte, porque o interesse é financeiro.

Segundo ela, a pena é maior porque é ainda mais grave que o homicídio. Desta forma, os quatro réus serão julgados pelo juiz e deverão receber penas elevadas.

(Com informações do MPRS e do TJRS)

Compartilhe esta postagem

Facebook
WhatsApp
Telegram
Twitter
LinkedIn