Paralelo 29

ZINN: Pão e circo para o povo; Hamas em debate na Câmara

Foto: Isadora Pillar, AICVSM, Divulgação

ROBSON ZINN – ADVOGADO ESPECIALISTA E MESTRE EM POLÍTICAS PÚBLICAS

Vou começar com uma pequena analise de geografia. Você sabia que a cidade de Santa Maria/RS, possui 1.780 KM quadrados e chegou a 271.633 pessoas no Censo IBGE / 2022, tendo portanto tem 153 habitantes por quilometro quadrado.

Já para fins de dimensão, a Faixa de Gaza possui 365 Km quadrados (ou seja 4,8 vezes menor que Santa Maria), com 2,4 milhões de habitantes, tendo portanto 5.772 habitantes por quilometro quadrado.

A área total do Estado de Israel é 22.072 quilômetros quadrados (ou seja 12,4 vezes maior que Santa Maria), com 8,6 milhões de habitantes, tendo portanto 400 habitantes por quilometro quadrado.

Toda esta narrativa e para introduzir a análise desta semana. Alguém acredita que a solução de conflitos é por meio de guerras? Obviamente, ninguém pensa assim.

Alguém acredita que seja correta a existência de grupos militares ou terroristas? Claro que não. Se as respostas para a maioria das pessoas são tão óbvias, pergunto por que os vereadores da cidade de Santa Maria estão debatendo uma moção contra o Hammas.

ZINN: Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade

A quem eles pretendem direcioná-la? Qual é o propósito efetivo disso? Pergunto: nossa cidade está realmente em ordem? Esta tudo bem na “Boca do Monte ? Em que mundo nossos edis estão a viver?

Na última sessão, passaram praticamente a tarde inteira debatendo uma moção que me parece inócua! “Ah, mas isso vai marcar nossa posição.” “Ah, mas há pessoas inocentes morrendo!” “Ah, mas o povo de Israel é vítima.” E por aí vai…

Por favor, a ação do Hammas foi absurda, covarde e inaceitável. Ao mesmo tempo, a contra ofensiva de Israel também é desproporcional, absurda e inaceitável.

Dos dois lados quem morre, em regra, são os civis. Mas eu não estou tentando impor meu julgamento, nem espero que todos concordem comigo.

Apenas quero nos forçar a pensar em nossas prioridades. Entretanto, essa moção de repúdio ao Hammas me parece algo sem noção, com o perdão do trocadilho.

Parece que estamos discutindo o “sexo dos anjos”. Por fim, com todos esses fatos narrados, é improvável que a decisão da Câmara de Vereadores faça o Hammas repensar sua atuação insana.

Para quem eles vão entregar essa moção? O que realmente vai mudar nessa guerra absurda entre os dois lados? Como mencionei na semana passada, na guerra, a primeira vítima é a verdade.

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