Cleriston Pereira da Cunha chegou a ser socorrido, mas não sobreviveu
Um dos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro morreu na manhã desta segunda-feira (20) nas dependências da Penitenciária da Papuda, em Brasília. Cleriston Pereira da Cunha teve um mal súbito durante o banho de sol, segundo a administração do presídio.
Equipes dos bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas para socorrer o detento. Os socorristas realizaram procedimento de reanimação cardiorrespiratória, mas ele não sobreviveu. Cleriston tinha 46 anos.
Cleriston Pereira foi preso no Senado durante os atos de vandalismo praticados no 8 janeiro. Segundo a defesa, o acusado não participou dos atos e entrou no Congresso para se proteger das bombas de gás que foram lançadas pelos policiais que reprimiram os atos.
A morte do preso foi comunicada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou as prisões dos investigados pelo 8 de janeiro e é relator do processo a que o acusado respondia.
PF vai atrás de mais suspeitos de participação nos atos de 8 de janeiro
QUEM ERA CLERISTON
- Empresário de 46 anos, membro de uma família de políticos do interior da Bahia
- Era conhecido como Clezão do Ramalhão e morava no Distrito Federal há duas décadas
- Ele morava na Colônia Agrícola 26 de Setembro, em Vicente Pires, no Distrito Federal, e deixa a mulher e duas filhas
- Diabético e hipertenso, ele tomava remédios e era acompanhado por equipe médica
- Sobre o 8 de janeiro, Cleriston era acusado de invadir o Congresso Nacional, quebrar vidraças e queimar o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados
8 de janeiro: Moraes vota por condenação de santa-mariense a 17 anos de prisão
Moraes pede informações a presídio
Ao tomar conhecimento do óbito, Alexandre de Moraes determinou que a direção do presídio preste informações sobre o caso.
“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha oficie-se, com urgência, à direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, decidiu Moraes.
“O Eduardo está angustiado e apreensivo”, diz advogado de empresário que irá a julgamento no STF
Defesa havia pedido soltura do réu
Em petição encaminhada ao ministro no dia 7 de novembro, a defesa de Cleriston pediu a Moraes a soltura do acusado. Segundo o advogado Bruno Azevedo de Sousa, Cleriston tinha parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser solto, mas o pedido não foi julgado.
“A defesa reitera todos os argumentos apresentados nas alegações finais, e reitera para que sejam analisados os mais de oito pedidos de liberdade do acusado, que até o presente momento, parecem ter sido simplesmente esquecidos por esta respeitosa Corte”, afirmou o defensor.
(Com informações de André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília, do portal Terra e da CNN)