Manoel Badke, Maneco, vereador mais antigo da atual legislatura, recebeu 16 votos em chapa única para presidir Legislativo de Santa Maria
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Conforme adiantou o Paralelo 29, Manoel Badke, Maneco (União Brasil), 68 anos, foi eleito presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria com uma votação histórica. Ele recebeu 16 votos, o maior placar já registrado em uma eleição para a Mesa Diretora do Legislativo Municipal.
Na eleição realizada na tarde desta quinta-feira (21), uma única chapa foi inscrita, já que a esquerda foi isolada e não conseguiu número suficiente de vereadores para disputar a Mesa. Assim, todos os cargos ficaram com partidos de direita e centro.
A nova Mesa diretora tem representantes do Progressistas, do MDB, do PSDB e do Podemos. A chapa formada entre esses quatro partidos e o União Brasil receberam a adesão do PDT e um voto do PSB.
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Esquerda excluída
Excluídos da composição anunciada em 7 de dezembro, os vereadores Luci Duartes, Tia da Moto (PDT) e Danclar Rossato, Professor Danclar (PSB) aderiram à única chapa apresentada e ampliaram o placar de 14 para 16 votos. Assim, Maneco foi eleito com mais de dois terços da Casa para presidir o Parlamento em 2024, o último ano da atual legislatura.
Os vereadores Helen Cabral (PT), Marina Callegaro (PT), Valdir Oliveira (PT) e Werner Rempel (PC do B) votaram contra. Em justificativa de voto, Valdir e Rempel alegaram que o motivo do voto contrário não tem a ver com alguma questão pessoal com Maneco.
Segundo Valdir, houve um acordo ideológico que excluiu os partidos de esquerda da nova Mesa Diretora. Já Rempel disse que houve um rompimento do acordo anterior, do qual o PC do B fazia parte, e, por isso, seu voto foi contrário à chapa única.
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A NOVA MESA DIRETORA
- PRESIDENTE: Manoel Badke, Maneco (União Brasil)
- 1º VICE-PRESIDENTE: Pablo Pacheco (Progressistas)
- 2º VICE-PRESIDENTE: Admar Pozzobom (PSDB)
- 1º SECRETÁRIO: Tony Oliveira (Podemos)
- 2º SECRETÁRIO: Givago Ribeiro
- 1º SUPLENTE: Adelar Vargas, Bolinha (MDB)
- 2º SUPLENTE: Alexandre Vargas (Republicanos)
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Cargos de confiança da nova gestão
Agora, a nova Mesa Diretora deverá indicar os 16 cargos de confiança (CCs), que são cargos de assessoria de livre nomeação. Ou seja, as nomeações ocorrem por indicações políticas, conforme rateio entre partidos e vereadores que integram o comando da Câmara.
Um nome já foi confirmado: o jornalista Marcelo Martins, assessor de Pablo Pacheco, deverá assumir a Diretoria de Comunicação da Casa.
Entre os cargos de assessoria da Mesa também estão a Procuradoria Jurídica, a Diretoria Administrativa, a Secretaria Legislativa e a chefia de Gabinete da Presidência.
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O voto de Tia da Moto
Já Tia da Moto foi à tribuna para explicar que votou em Maneco porque assumiu um compromisso de votar no vereador. A pedetista disse, ainda, que nas eleições anteriores, cumpriu sua palavra.
Antes da eleição da Mesa, o presidente que encerra seu mandato, Givago Ribeiro (PSDB), fez uma prestação de contas de sua gestão.
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Em discurso emocionado, vereador lembrou trajetória
Em seu discurso, Maneco chorou em mais de um momento, principalmente ao citar sua família. O vereador, que está em seu sexto mandato e não concorre mais à Câmara, lembrou sua infância, a origem camponesa e o trabalho como leiteiro antes de ingressar na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde se formou em Medicina Veterinária e tornou-se professor.
“Esse é o legado que deixo para os meus filhos e netos”, disse o novo presidente em meio às lágrimas e aplausos das galerias, de assessores, colegas e familiares.
Maneco, que presidirá a Câmara de Vereadores pela segunda vez (em 2012, ele foi o presidente), também falou em religião e espiritualidade e e disse que todas as suas campanhas políticas foram bancadas com recursos do próprio bolso.
Antes de encerrar sua intervenção na tribuna, Maneco se emocionou mais uma vez com a execução da música Oração Pela Família, do Padre Zezinho. Quando estava encerrando o discurso, esposa, filhos e netos entraram no plenário e foram até o púlpito e, mais uma vez, o vereador não segurou as lágrimas.