Paralelo 29

Mundo do samba dá adeus a Mestre Zinho, voz da Barão de Itararé e do Carnaval de Santa Maria

Foto: Reprodução, Facebook

Carnavalesco passou por algumas das principais escolas de samba de Santa Maria

POR JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29

O mundo do samba em Santa Maria e no Rio Grande do Sul perdeu nesta segunda-feira (29) uma de suas maiores expressões: Mestre Zinho. Waldomiro Camargo Messias morreu aos 63 anos, deixando um legado para o Carnaval da cidade à frente da escola de samba Barão do Itararé.

Compositor, intérprete, colorado, mestre de bateria, militante da luta contra o racismo, ativistas de causas sociais. São muitas as definições de Mestre Zinho, um dos carnavalescos mais conhecidos de Santa Maria.

Mestre de bateria, compositor e intérprete

Zinho foi mestre de bateria da Unidos do Itaimbé, passou pela extinta Petróleo e Carnaval, também como mestre de bateria. Depois, foi para a Barão de Itararé, escola que conquistou com nota 10 em todos os quesitos o Carnaval de 2012, um dos últimos carnavais de rua com desfile, em Santa Maria, .

Em 2012, a Barão levou para a avenida o samba-enredo “A Barão Traz o Ilê Ayê da Cidade do Axé, que levantou a Liberdade com um desfile repleto de fantasias elaboradas e coloriu a passarela do samba com as cores dos orixás africanos, conforme destacou, à época, a Prefeitura de Santa Maria.

“Este título estava engasgado há 20 anos e eu o dedico primeiramente ao meu irmão e a toda comunidade de Santa Maria”, afirmou, à época, Mestre Zinho, que presidiu a Barão por três gestões e que ficou conhecido pelo grito de largada da escola na Avenida: “Arredaaaaa!!!!!

Considerado um exímio percussionista, Zinho nasceu em uma família de carnavalescos em 18 de outubro de 1960. Em sua trajetória como carnavalesco, conquistou diversas premiações.

Amigo relembra a trajetória de Mestre Zinho

O amigo João Souza, o Tetê, lembra que Mestre Zinho também foi campeão com a Itaimbé. Torcedor do Internacional de Santa Maria, integrava a bateria da torcida organizada Comando Vermelho.

“Mas com a Barão de Itararé foram as melhores conquistas. Quando o Zinho se aproximou da escola, por influência minha e do irmão, Sansão, começamos uma pareceria com sambas enredos. No Apoteose, bar de pagode que abri, ele era o meu braço direito. Lá montamos a banda Namorados da Lua, e depois, o URA (Unidade Relativa do Ar).

Pai de cinco filhos, Zinho também foi militante de causas populares, principalmente da luta contra o racismo e pelo fortalecimento da cultura popular.

O corpo do carnavalesco está sendo velado no Cemitério Ecumênico Municipal, onde será sepultado. Zinho estava hospitalizado depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Nas redes sociais, amigos, integrantes de outras escolas, políticos e lideranças de Santa Maria lamentaram a morte de Mestre Zinho.


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