Professora que ficou conhecida por percorrer a cidade com sua motocicleta atrás de alunos faltosos é a entrevistada do Estação 29
JOSÉ MAURO BATISTA – PARALELO 29
Vereadora em segundo mandato pelo PDT, a professora de Educação Física Luci Beatriz Zelada Duartes, popularmente conhecida como Tia da Moto, ganhou notoriedade em Santa Maria por seu trabalho de anos contra a evasão escolar nos estabelecimentos de ensino do município.
Com uma motocicleta, Luci começou a ir de casa em casa atrás de alunos faltosos e de seus familiares, ou onde eles estivessem, o que lhe valeu o apelido Tia da Moto. Por conta do seu trabalho, Luci foi alvo de um atentado a tiros há cerca de duas drogas.
O principal suspeito, que nunca foi punido, seria um homem que explorava sexualmente uma adolescente e a família dela. A professora sobreviveu ao ataque e continuou seu trabalho.
Com afirmações e declarações fortes, Tia da Moto participou do Podcast Estação 29 do Paralelo 29. Ela foi entrevistada por José Mauro Batista e Rodrigo Dias.
Na entrevista, a vereadora abordou seu trabalho de combate à evasão escolar e assuntos polêmicos como a sua orientação sexual e a relação conturbada com uma colega de Legislativo.
Estupros, prostituição e drogas: o lado oculto da evasão escolar
Autora de dois livros sobre evasão escolar, nos quais aborda o “lado oculto” dos motivos que levam milhares de crianças e adolescentes a abandonarem os estudos, Tia da Moto conhece histórias assustadoras envolvendo principalmente a população mais vulnerável.
Famílias desestruturadas, violência sexual e doméstica, prostituição e tráfico compõem esse cenário que ela enfrenta há anos. Com base em sua experiência e no acompanhamento de casos, a professora vereadora afirma que houve uma mudança para pior.
Antes, segundo ela, crianças deixavam de ir à escola para ajudar no sustento da família, trabalhando como recicladoras ou mesmo vendendo alguma coisa. Nos tempos atuais, diz Tia da Moto, o tráfico de drogas acabou cooptando essa mão de obra barata nas cidades brasileiras, inclusive em Santa Maria.
“Hoje, aquele que tá na sinaleira, não vou generalizar, mas a grande maioria que tá na sinaleira vendendo bala de goma, por trás da bala de goma tem a droga”, afirma a vereadora.
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