Paralelo 29

A vida fictícia da Rainha Elizabeth em The Crown

Foto: Divulgação

CUCA VICEDO – PUBLICITÁRIA E COMENTARISTA DE CINEMA

A série THE CROWN do streaming Netflix, que destaca a estreia de sua quinta temporada nesta quinzena, com toda certeza é uma ficção. Afinal, escalar um ator charmoso e lindo como Dominic West interpretando o Príncipe Charles é…, no mínimo, risível.
Serão 6 temporadas que estão, aos poucos, retratando o reinado de Elizabeth II e seus problemas familiares como foco principal, tudo que abdicou e deixou de fazer em nome da Coroa Britânica falando como mãe, esposa, filha, irmã e por aí vai.

O autor da série, Peter Morgan, dá ênfase em dizer que é uma homenagem à Rainha, e, realmente nas quatro primeiras temporadas, as atrizes Claire Foy e Olivia Colman dão um show de interpretação como a jovem e a amadurecida Elizabeth, mas para quem acompanhou essa novela, a atual atriz Imelda Staunton não está no mesmo patamar.

A versão vovozinha singela e chorosa não combina nem um pouquinho com a mulher que passou pela crise com a Princesa Daiana, a infidelidade e fraqueza do seu sucessor Charles e toda demanda política/ revolucionária que o mundo passou dizendo não à monarquia. Aqui cabe muito mais a presença de uma HELEN MIRREN no filme A RAINHA (2006).
Mostrar o baluarte Príncipe Philip, esposo de Elizabeth, um garanhão que aparece nu e playboy também pela interpretação de um Galã, no caso Matt Smith de A Casa do Dragão, é outro momento novelão mexicano. E o próprio Príncipe chegou cogitar processar a Netflix, mas aí confirmaria a audiência do Palácio de Buckingham.
De qualquer forma, a série é um primor de produção, na reconstituição de época, Direção de Arte requintada e elegante, figurinos invejáveis, fotografia excelente, direção e produção primaz e interpretações de atores britânicos sérias e grandiosas.

Vale a pena conferir, sem esquecer que é uma ficção, e muito bem elaborada dentro dos fatos históricos, mas ficção. Uma grande injustiça é ver o ator John Lithgow interpretar um Winston Churchill decadente, decrépto e de forma caricata, pois a altura deixa ele até corcunda, essa a única escalação a se contestar (único personagem de valor entregue a um ator norte- americano).

Destaca-se também, mas positivamente Helena Bonham Carter como a sofrida Princesa Margaret, a vice-Rainha de uma vida inteira.
Uma coisa ninguém pode contestar, Elizabeth II foi um exemplo de liderança feminina, num mundo dominado por homens conservadores, atravessou décadas e ficou forte em seu Reinado com tudo o que aconteceu a sua volta.

A Novela ainda não acabou, Charles terá a mesma determinação e respeito de sua mãe ou vai abdicar pelo filho William que pode trazer o frescor da juventude a uma monarquia tão decadente e cheia de frivolidades? A dica da semana é maratonar THE CROWN, se você ainda não pode acompanhar, é ótima para o feriadão.

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